Brasil, 6 de outubro de 2025
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Detetives da vida selvagem combatendo crimes contra espécies ameaçadas

Investigadores de fauna ameaçada atuam na luta contra o tráfico e a caça ilegal, salvando espécies à beira da extinção.

No último mês, durante a CrimeCon, convenção anual de true crime em Denver, a coragem desses profissionais que combatem crimes ambientais ganhou destaque. Especialistas como Ed Newcomer, ex-agente da U.S. Fish and Wildlife Service, revelaram as complexidades das investigações e os impactos devastadores do tráfico de animais no mundo.

Militância na defesa de espécies ameaçadas contra o tráfico ilegal

Agentes de múltiplas agências federais e estaduais se dedicam a proteger espécies em extinção, enfrentando traficantes que movimentam até US$ 20 bilhões por ano, segundo dados da Interpol. Embora alguns investigadores não apurem delitos de maus-tratos, a venda e o transporte ilegais frequentemente envolvem crueldades, como relata Newcomer.

A crueldade por trás do trafic

De acordo com o ex-agente, espécies como papagaios, rinocerontes, elefantes e pangolins são vítimas de maus-tratos, podendo até morrer durante a jornada de transporte. Por exemplo, ele explica que apenas metade dos papagaios traficados do México sobrevivem às condições de transporte, devido à prática de tapar suas bocas e mantê-los em compartimentos secretos.

Casos emblemáticos e desafios na investigação

Newcomer recorda uma investigação de 2010, envolvendo a morte do último rinoceronte de Java na Vietnã, cujo assassinato foi comprovado por agentes utilizando cães farejadores, prova de que o animal foi baleado enquanto tentava escapar, e seu chifre removido. “Foi uma experiência bastante dolorosa, quase a extinção de uma subespécie”, lamenta.

O esforço para desmantelar redes criminosas

Para combater o tráfico, os investigadores precisam entender quem demanda esses produtos, quem fornece, quem caça e quem realiza o transporte ilegal. Newcomer, também advogado, destaca que a complexidade aumenta pelo uso de permissões e licenças legais, que podem ser objeto de lavagem de dinheiro ou fraude.

Casos de caça e tráfico na América

Um exemplo recente, mencionado por Newcomer, envolve um casal na Califórnia que tentou esconder uma caveira de tartaruga-marinha ameaçada, além de espécies de felinos e outros animais protegidos. A operação levou à prisão e à confissão dos envolvidos, após investigação pela Califórnia Department of Fish and Wildlife.

Ver e aprender: o papel da educação na conservação

Investigações reforçam a importância da conscientização pública contra o comércio ilegal. “Muitos turistas compram conchas de tartarugas marinhas pensando que é uma lembrança inofensiva, sem saber que estão alimentando o tráfico de espécies ameaçadas”, alerta Newcomer.

Como a sociedade pode ajudar na proteção da vida selvagem

Investigadores destacam que o combate às ações criminosas é mais eficaz quando há colaboração da sociedade. Denúncias, cuidado ao comprar produtos de origem duvidosa e educação sobre as leis ambientais são passos essenciais para preservar as espécies ameaçadas.

Com uma trajetória de duas décadas, Newcomer e outros profissionais continuam na linha de frente, desvendando redes sofisticadas de tráfico e buscando garantir um futuro para a biodiversidade mundial. Sua mensagem é clara: “Cada um pode fazer a diferença, não contribuindo com o comércio ilegal e apoiando ações de proteção ambiental.”

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