Nos últimos dias, a preocupação com a intoxicação por metanol no Brasil cresceu exponencialmente, especialmente após a internação do rapper Hungria. O artista recebeu alta médica após quatro dias em cuidados intensivos, mas o mistério em torno das causas de sua internação permanece. Até esta segunda-feira (6), 225 casos suspeitos foram registrados, levando as autoridades a intensificarem as ações de fiscalização e conscientização.
O estado de saúde do rapper Hungria
Hungria, de 34 anos, foi internado na UTI do Hospital DF Star após apresentar sintomas como dor de cabeça, náuseas, vômitos, visão turva e acidose metabólica. A perícia da Polícia Civil não encontrou metanol nas bebidas que o rapper adquiriu antes de adoecer, mas isso não alivia as incertezas sobre o que realmente ocorreu. Durante sua internação, ele foi tratado com hemodiálise e etanol diluído em suco, medidas comuns em casos de intoxicação por metanol, uma substância altamente tóxica e potencialmente letal.
Embora Hungria tenha sido liberado, ainda restam várias questões sem resposta. As autoridades buscam entender se os sintomas do rapper foram, de fato, causados por metanol ou se outra substância teria contribuído para as complicações de saúde que enfrentou. A investigação está em andamento e as respostas são aguardadas com expectativa.
Caso de outro paciente em estado grave
Um segundo caso de intoxicação por metanol, que também está sendo investigado, envolve um homem de 47 anos. Ele foi admitido na UPA de Brazlândia na madrugada de sexta-feira (3), apresentando sintomas similares aos de Hungria e chegou em estado crítico. Transferido para a UTI do Hospital Regional de Santa Maria, os exames realizados revelaram um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico, agravando sua situação.
As autoridades de saúde já confirmaram que todos os casos suspeitos estão sendo notificados à Secretaria de Saúde, que se responsabiliza pelo monitoramento e controle das ocorrências. Assim como no primeiro caso, as dúvidas persistem: os sintomas do paciente foram causados pela ingestão de metanol? E, caso afirmativo, de onde provinha a bebida adulterada?
Medidas de prevenção e fiscalização
Em resposta ao aumento dos casos suspeitos, o governo do Distrito Federal intensificou as ações de monitoramento e fiscalização em estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas. A Secretaria de Saúde anunciou que foram apreendidos centenas de litros de bebidas suspeitas e que diversos bares, restaurantes e distribuidoras estão sendo inspecionados. Os órgãos de fiscalização atuam para garantir que aqueles que vendem produtos não regulamentados sejam adequadamente punidos.
Além disso, a população foi alertada sobre como agir em casos de suspeita de intoxicação. As autoridades recomendam que qualquer pessoa que suspeite ter consumido substâncias potencialmente prejudiciais procure imediatamente a unidade de saúde mais próxima ou entre em contato com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox).
O que é o metanol e quais seus riscos?
O metanol é um álcool que, embora tenha aplicações industriais em solventes e produtos químicos, é extremamente perigoso quando ingerido. Os sintomas de intoxicação podem incluir dores de cabeça, náuseas, vômitos e, em casos graves, levar a complicações como AVCs e até mesmo a morte.
Essas trágicas ocorrências sublinham a necessidade de conscientização sobre os perigos associados ao consumo de bebidas alcoólicas não regulamentadas e a importância de uma vigilância eficaz por parte das autoridades. As investigações prosseguem e a sociedade aguarda respostas que possam ajudar a evitar novas tragédias relacionadas à intoxicação por metanol.
Em meio à crescente preocupação, é fundamental que todos estejam atentos às compras de bebidas alcoólicas e que as informações sobre sua origem e composição sejam claras e transparentes.
