Brasil, 6 de outubro de 2025
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Banco Central: inflação não atinge meta até 2028, afirma Galípolo

Presidente do BC revela que expectativas do mercado indicam inflação acima da meta até 2028, mesmo com redução da dispersão de preços

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira que a inflação não está prevista para atingir a meta estabelecida em nenhuma projeção do Boletim Focus até 2028. Ele participou de evento promovido pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso (FHC) em São Paulo (SP).

Expectativas do mercado e cenário inflacionário

Segundo Galípolo, o mercado reduziu sua expectativa de inflação para 4,8% em 2025, embora continue acima da meta de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. “A gente não vê a inflação na meta em nenhum dos horizontes, nem até 2028, pelas expectativas do Focus”, afirmou. O responsável pelo BC destacou que, apesar das projeções internas e culturais da instituição, esse é um indicativo de bastante incômodo para a autoridade monetária.

Dispersão de preços e esforço de estabilização

O presidente do BC revelou que 45,1% dos itens do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estão com inflação acima de 3%, contra 78,4% em abril, demonstrando uma redução na dispersão de preços. “Isso indica que, embora a inflação ainda esteja elevada, os aumentos de preços estão mais concentrados em certos segmentos”, explicou.

Apesar de a taxa Selic estar em 15%, Galípolo ressaltou que a economia permanece resiliente, embora com crescimento mais moderado. Ele também destacou a força do mercado de capitais, que tem apresentado emissões primárias acima das expectativas para 2024.

Concentração da inflação e dinâmica do mercado de trabalho

O presidente do BC observou que a inflação tende a estar mais concentrada em bens, impulsionada pelo processo de reversão da desvalorização do real. No entanto, apontou que a inflação de serviços e componentes cíclicos continua elevada, dificultando o alinhamento com a meta.

Galípolo também destacou o crescimento do mercado de trabalho, atribuído ao baixo desemprego e ao aumento da renda. Segundo ele, essa situação tem elevado o consumo, embora não esteja relacionada a ganhos de produtividade. “É difícil afirmar que o mercado de trabalho mais exuberante das últimas décadas não influencia na inflação”, declarou.

Perspectivas e recomendações para o crescimento

O presidente do BC reforçou a importância de crescimento sustentado por aumento de produtividade para evitar pressões inflacionárias futuras. Ele ressaltou que o banco deve atuar de forma mais eficiente, baseando suas decisões no arcabouço legal e institucional da política monetária, e menos na figura da presidência.

Galípolo afirmou ainda que o crescimento recente é parcialmente resultado da demanda por insumos, com mais consumo devido à maior renda e emprego robusto. Para o presidente do BC, o cenário ainda exige cautela e dedicação para equilibrar crescimento e controle da inflação.

Para conferir a íntegra da entrevista, acesse o link completo.

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