O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (30) que a autonomia do órgão deve estar cada vez mais relacionada ao arcabouço legal e institucional da política monetária, e menos à figura do atual presidente. A declaração foi feita durante o Ciclo de Debates ‘O Brasil na visão das lideranças públicas’, realizado pela Fundação Fernando Henrique Cardoso em São Paulo.
Importância do arcabouço legal para o Banco Central
Galípolo destacou que o papel do Banco Central é manter a inflação em níveis baixos, garantindo assim que ela não impacte negativamente o cotidiano das pessoas. “Para quem faz negócios e consome, a inflação deve estar em um patamar que não interfira nas decisões econômicas”, afirmou. Ele acrescentou que a instituição deve agir de acordo com regras bem estabelecidas, independentemente de quem ocupa a presidência.
Fortalecimento institucional e crise de leadership
Segundo o presidente do BC, essa dependência de critérios técnicos é parte de um momento de fortalecimento das instituições no Brasil. “A quadra histórica de normalização das instituições passa por isso”, declarou. Sobre as críticas relacionadas à manutenção da taxa básica de juros em patamar elevado, Galípolo reforçou que a missão do órgão está claramente definida por lei, e que a liderança não enfrenta estresse, mas cansaço.
Clareza de metas e estabilidade
“Existe diferença entre cansaço e estresse. Estresse é quando você não sabe o que fazer. Cansaço é repetir muitas vezes a mesma coisa. No nosso caso, há cansaço, mas não estresse. Tenho uma meta muito clara, definida por comando legal, por quem recebeu o voto”, explicou Galípolo.
Transformação do Banco Central
Para o presidente do BC, o ideal é que a instituição seja cada vez mais técnica e menos personalista. “Quanto menos soubermos quem são os membros do Copom, quem são as pessoas, mais evoluído estará o país”, afirmou. Ele destacou ainda que o acesso às alavancas do banco muitas vezes obriga a instituição a dizer ‘não’ a figuras influentes, reforçando sua autonomia operacional.
Futuro do funcionamento das instituições
Galípolo reforçou a visão de que a independência do Banco Central deve refletir uma maior maturidade institucional do Brasil. “Essa normalização das relações institucionais é um avanço fundamental para o país”, afirmou, ao ser questionado sobre o que diria no futuro sobre o funcionamento de Brasília.
Desde o início do seu mandato, Galípolo tem defendido uma gestão baseada em critérios técnicos e no fortalecimento das instituições brasileiras. Para maiores detalhes, acesse a fonte original.