Brasil, 6 de outubro de 2025
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Aumento alarmante de acidentes com motociclistas no Rio de Janeiro

Motociclistas estão enfrentando um aumento significativo de acidentes no Rio de Janeiro, sobrecarregando o SUS e gerando preocupações.

Nos primeiros sete meses de 2025, o estado do Rio de Janeiro registrou um alarmante aumento nos atendimentos a motociclistas vítimas de acidentes. Somente na capital fluminense, mais de 21 mil motociclistas foram hospitalizados, um número que representa um crescimento de 60% em relação ao mesmo período de 2024. Essa estatística revela que, em média, quase 80 motociclistas estão sendo atendidos por dia nas unidades de saúde municipais, levantando questões sobre a segurança no trânsito e a saúde pública.

A realidade de um entregador

João Pedro Freitas, um jovem de apenas 18 anos, viveu na pele as consequências da imprudência no trânsito. Após um acidente em maio, ele foi internado no Hospital Estadual Alberto Torres, onde passou dez dias e enfrentou duas cirurgias. As marcas físicas deixadas pelo acidente são visíveis em seu rosto e em sua perna, lembrando-o constantemente do que ocorreu. “Imprudência minha, tenho que admitir. Se eu não tivesse avançado o semáforo, talvez hoje em dia eu não teria essa cicatriz no meu rosto”, afirma João Pedro, refletindo sobre sua experiência.

Após os acidentes, ele decidiu abandonar a profissão de entregador, reconhecendo a necessidade de uma maior conscientização sobre a segurança no trânsito. “A gente tem que ter mais consciência no trânsito, né? Por sermos motoqueiros, devemos ter mais atenção do que as pessoas que estão dentro de carros, ônibus ou caminhões. Qualquer descuido pode ser fatal”, alertou.

Impacto no sistema de saúde

A crescente taxa de acidentes com motociclistas não impacta apenas as vítimas, mas também sobrecarrega o Sistema Único de Saúde (SUS). Um levantamento da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, realizado em 100 hospitais, revelou que mais de 70% dos motociclistas envolvidos em acidentes permanecem internados por mais de sete dias. Essa ocupação de leitos hospitalares dificulta o atendimento a outros pacientes e resulta na impossibilidade de realizar cerca de metade das cirurgias eletivas no país.

De janeiro a julho de 2025, o SUS internou cerca de 98,4 mil motociclistas em todo o Brasil, uma situação que exige atenção urgente. Marcos Correia, coordenador de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Estadual Alberto Torres, destacou que “as lesões muito graves exigem uma tecnologia diferenciada para tratamento, e isso tem um custo elevado”. Este aumento no número de atendimentos revela uma crise que não pode ser ignorada.

Possíveis soluções para a crise

Os especialistas acreditam que a solução para essa problemática requer ações imediatas em fiscalização e longas jornadas em educação. “O investimento da esfera pública em fiscalização é uma medida urgente. A longo prazo, a educação é fundamental para prevenir acidentes”, comenta Marcos Correia. Contudo, reconhece-se que processos educativos demandam tempo para surtir efeito, reforçando a necessidade de um esforço conjunto entre autoridades, instituições de saúde e a sociedade.

A relação entre os altos índices de acidentes de moto e a pressão sobre o sistema de saúde é crítica e demandará urgente atenção para implementar medidas eficazes que contribuam para a segurança dos motociclistas no Brasil, especialmente no estado do Rio de Janeiro. Gerar consciência sobre o respeito às regras de trânsito, juntamente com ações governamentais concretas, poderá trazer mudanças significativas para a redução dos índices de acidentes na população motorizada.

É evidente que a segurança no trânsito é responsabilidade de todos, e a busca por um trânsito mais seguro deve ser uma prioridade coletiva, envolvendo tanto os motociclistas quanto os motoristas de veículos maiores. A mudança de mentalidade e os investimentos necessários são cruciais nesta missão.

Com cada vez mais pessoas optando pelas motocicletas como meio de transporte, a atenção das autoridades e da sociedade se torna ainda mais urgente. Só assim será possível reverter essa triste realidade e fazer com que as estradas se tornem, de fato, um lugar mais seguro para todos.

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