Brasil, 5 de outubro de 2025
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Tarcísio de Freitas muda discurso e avalia reeleição em 2026

Ao se articular para uma nova candidatura, governador de SP Tarcísio de Freitas navega incertezas políticas e concorrência interna.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), recentemente provocou novas discussões em âmbito político ao reafirmar sua intenção de concorrer à reeleição em 2026. Após movimentações que tinham como alvo a articulação do PL da Anistia, promessas de indulto a Jair Bolsonaro, e até declarações polêmicas sobre o ministro Alexandre de Moraes, sua posição diante da política nacional chama atenção. Esses posicionamentos, interpretados como estratégias de um potencial candidato à presidência, acendem debates sobre a sucessão governamental no estado.

Tarcísio e os desafios da reeleição

Na última segunda-feira, ao sair do condomínio em Brasília onde Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, Tarcísio declarou que está pronto para disputar a sua reeleição. Sua afirmação veio em meio a expectativas sobre uma possível validação de sua candidatura presidencial por parte do ex-presidente, que, embora inelegível, já expressou apoio à postulação de Tarcísio a aliados mais próximos. Entretanto, até o momento, essa confirmação de apoio não se materializou publicamente.

A tensão em torno da escolha de um candidato da direita para as próximas eleições tem gerado um “efeito cascata”. Muitos aspirantes a cargos em São Paulo aguardam uma definição sobre o futuro político do governador. Nomes como o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), e o presidente da Alesp, André do Prado (PL), figuram entre as possíveis alternativas à disputa do governo paulista, caso Tarcísio decida dar um passo em direção ao Planalto.

Pressão e estratégias de aliados

Alinhados a Tarcísio, alguns de seus apoiadores acreditam que sua mudança de tom é uma estratégia para conter críticas de rivais tanto da ala bolsonarista quanto da oposição mais à esquerda. A articulação sobre o tarifação de serviços públicos e a anistia política têm causado embates dentro e fora do governo, forçando Tarcísio a recalibrar sua abordagem. Essa dinâmica reflete uma tentativa de balancear sua carreira entre as exigências do governo estadual e a chamada presidencial.

O cientista político José Álvaro Moisés, da USP, analisou que a movimentação de Tarcísio nesta fase é emblemática. “Toda a articulação que ele faz é de alguém que está se preparando para ser candidato à presidência. Quando a crise no interior do bolsonarismo estourar, Tarcísio pode aparecer como a figura mais adequada”, destacou.

Pontos favoráveis e cenários eleitorais

Em um contexto que não limita suas ações a apenas São Paulo, os dados das pesquisas eleitorais têm mostrado que Tarcísio, ao mirar a reeleição, conta com um cenário mais favorável. Um levantamento da Genial/Quaest, divulgado em agosto, apontou que ele teria 43% das intenções de voto para o governo paulista, enquanto seu concorrente mais próximo teria apenas 21%. Esse desempenho eleitoral parece reforçar sua decisão de buscar a reeleição em vez de arriscar um confronto com Lula na corrida presidencial.

Entretanto, as pesquisas em relação ao cenário presidencial sugerem um panorama mais desafiador, com Lula mantendo-se à frente em todos os cenários apresentados. Segundo dados recentes, enquanto o petista assinala entre 35% e 40% nas intenções de voto, Tarcísio figura com 17% a 20%. Essa discrepância acirra ainda mais a necessidade de uma estratégia bem delineada por parte do governador.

Possíveis repercussões na carreira política

A reflexão sobre sua trajetória política torna-se uma questão central nas conversas entre seus assessores e aliados. O especialista Carlos Melo, do Insper, expressou: “Se a eleição fosse hoje, o Tarcísio não seria candidato. Mas a eleição não é hoje.” Tal declaração sublinha a imprevisibilidade do cenário político atual e a importância da popularidade do incumbente na definição do futuro governamental.

Um assessor próximo destacou que, apesar dos riscos, optar pela reeleição é a decisão mais prudente, permitindo a Tarcísio criar um legado significativo e entregar projetos fundamentais para São Paulo, como a expansão das linhas de metrô e a nova sede administrativa do governo. Contudo, a ideia de que “o cavalo selado passa apenas uma vez” permanece um alerta para que o governador não subestime as movimentações no cenário político.

À medida que a corrida em direção ao pleito de 2026 se intensifica, o que fica evidente é que Tarcísio de Freitas precisará navegar com cautela entre as águas turbulentas da política nacional e estadual, enquanto se prepara para consolidar sua imagem política e suas ambições futuras.

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