Durante a celebração do Angelus na Praça de São Pedro, neste domingo (5), o papa Leo XIV destacou a preocupação com o aumento do ódio antissemita e solicitou esforços renovados pela paz no Oriente Médio, enquanto também expressou solidariedade às vítimas do terremoto devastador nas Filipinas.
Papa condena o aumento do antisemitismo e pede por paz no Oriente Médio
Leo XIV afirmou estar “preocupado com o ressurgimento do ódio antissemita no mundo”, citando como exemplo recente o ataque terrorista em Manchester, ocorrido há poucos dias. Ele também manifestou tristeza pela situação do povo palestino em Gaza, reforçando a necessidade de esforços diplomáticos.
“Na situação dramática do Oriente Médio, alguns passos importantes têm sido dados nas negociações de paz”, ressaltou. O papa exortou líderes mundiais “a se comprometerem com esse caminho, a buscar um cessar-fogo e a libertar os reféns”. Ele conclamou os fiéis a permanecerem unidos em oração, para que essas iniciativas possam acabar com a guerra e levar uma paz justa e duradoura.
Solidariedade às vítimas do terremoto nas Filipinas
O papa expressou sua proximidade “ao querido povo filipino”, que enfrenta as consequências de um forte terremoto ocorrido em 30 de setembro. “Rezo por aqueles que foram mais severamente afetados pela catástrofe”, afirmou. Ele incentivou que, diante do perigo, “permaneçamos unidos e confiantes em Deus e na intercessão de Nossa Senhora”.
Convite à oração pelo fim dos conflitos e pela paz
Leo XIV convidou os católicos a participarem espiritualmente da tradicional Invocação na Basílica de Nossa Senhora do Rosário em Pompeii, neste mês de outubro, dedicado a contemplar os mistérios de Cristo com Maria. “Nesta oração, aprofundemos a nossa prece por paz, como expressão concreta de solidariedade com os povos atormentados pela guerra”, convidou. “Agradecemos às crianças do mundo que dedicam o Rosário por essa intenção. Vocês têm nosso agradecimento de coração!”
O papa também celebrou o Jubileu dos Missionários e Migrantes, agradecendo seus testemunhos. “A Igreja é toda missionária e caminha rumo ao Reino de Deus”, afirmou. Ele reforçou que ninguém deve ser forçado a fugir, nem sofrer exploração ou maus-tratos por ser estrangeiro ou necessitado, reiterando que a dignidade humana deve sempre prevalecer.
“Uma nova era missionária se inicia na Igreja”
Na manhã de domingo, Leo XIV celebrou missa no Vaticano, na ocasião do Jubileu Mundial das Missões e dos Migrantes. Ele afirmou que esse momento deve despertar a consciência missionária, que nasce do desejo de levar a alegria do Evangelho a todos, especialmente àqueles em situações difíceis.
Rememorando o lamento do profeta Habacuque — “Até quando, Senhor?” — o papa destacou que a fé transforma vidas, tornando-as instrumentos da salvação que Deus deseja realizar no mundo. Segundo ele, a fé verdadeira não se impõe com poder, mas carrega a força do amor de Deus, que abre caminhos para a salvação.
Leo XIV ressaltou que a missão hoje não é mais um ato de “partir”, mas de “permanecer” ao lado dos mais sofridos, promovendo hospitalidade, solidariedade e acolhimento. Ele encorajou a união entre as Igrejas, destacando que a migração do Sul Global pode renovar a Igreja e ajudá-la a ser mais aberta e viva. Além disso, convocou a novos esforços missionários de leigos, religiosos e padres, especialmente na Europa.
Ao final, o papa abençoou o clero local, missionários, vocacionados e migrantes, reforçando que “vocês são sempre bem-vindos”.
Mensagem final: fé, acolhimento e paz
Durante toda a homilia e sua oração do Angelus, Leo XIV reiterou a mensagem de que a fé expressa na oração, na compaixão e no acolhimento é o verdadeiro caminho para a paz — seja em regiões de guerra, em rotas migratórias ou no coração daqueles que optam por receber o próximo.