Com incentivos fiscais previstos para 2026, o setor de data centers no Brasil deve alcançar US$ 11,4 bilhões (R$ 60,8 bilhões) em investimentos, segundo a Brasscom. A expectativa acelera após a publicação de uma medida provisória que trouxe benefícios temporários para o setor, aumentando a procura de empresas estrangeiras pelo mercado brasileiro.
Benefícios e impacto dos incentivos fiscais
A medida, batizada de Redata, foi publicada pelo governo em setembro e antecipa efeitos da Reforma Tributária, que entra em vigor em 2027. Assim, 2026 será o único ano de vigência desses incentivos, gerando uma expectativa de intenso movimento de investimentos no setor.
As empresas que aderirem não pagarão tributos na compra de equipamentos para data centers, enquanto deverão investir na indústria nacional e usar energia e água de forma sustentável. Segundo estimativas da Brasscom, US$ 8,6 bilhões (R$ 45,8 bilhões) serão destinados a equipamentos, e US$ 2,9 bilhões (R$ 15,5 bilhões) à infraestrutura em 2026.
Perspectivas e competição internacional pelo mercado de data centers
O cenário mundial é de uma corrida por investimentos na indústria de data centers, que movimenta bilhões de dólares anualmente. Países como Chile, Colômbia e México já criaram políticas de incentivo, enquanto o Brasil busca se posicionar como um dos principais destinos globais.
O presidente da Brasscom, Affonso Nina, destaca que o Brasil tem potencial. “Podemos nos tornar um parceiro estratégico para processamento de dados de empresas americanas e internacionais”, afirmou. A proposta de atrair processamento de dados e serviços de cloud computing ao Brasil foi apresentada ao vice-presidente Geraldo Alckmin, que entendeu como uma oportunidade estratégica.
Atração de empresas estrangeiras e desafios do setor
Grandes empresas internacionais já demonstram interesse, como a chinesa Alibaba, que planeja expandir sua presença no Brasil com novos data centers. A Equinix, maior provedora global, acredita que o país pode figurar entre os três principais destinos mundiais para esses centros de processamento devido à sua matriz de energia limpa.
Contudo, o setor ainda enfrenta obstáculos, como acesso à rede elétrica e a demora na regulamentação. Além disso, a Índia, com energia mais barata, é uma forte concorrente, embora dependa ainda de fontes energéticas negativas ao compromisso com sustentabilidade.
Desafios internos e oportunidades futuras
Especialistas apontam que a escassez de mão de obra qualificada é um desafio, mas investidores como a AWS já capacitaram mais de 900 mil profissionais no país desde 2017. O executivo Cléber Morais ressalta que a formação de talentos será fundamental para sustentar o crescimento.
Empresas como Elea Data Center já projetam aumento de investimentos, incluindo um contrato de R$ 2,3 bilhões com a Petrobras para implementar um data center de inteligência artificial em São Paulo. A expectativa é que o mercado brasileiro se torne uma referência global no setor, impulsionado por energia abundante, incentivos fiscais e crescente interesse internacional.
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