Outubro ou nada. Essa frase marcou o início de um mês crucial para o Campeonato Brasileiro, onde os três primeiros colocados se enfrentam em jogos que poderão mudar a classificação. O Palmeiras, em um clássico contra o São Paulo, pode momentaneamente ultrapassar o Flamengo, que enfrenta o Bahia às 18h30. Já o Cruzeiro joga contra o Sport, lanterna do campeonato, às 20h30, sabendo que as suas chances dependem do desempenho dos rivais. Em meio a essa intensa competição, uma preocupação se destaca: a queda no número de torcedores nos estádios.
Queda de público em um momento decisivo
Setembro terminou com os três times – Palmeiras, Flamengo e Cruzeiro – na liderança da luta pelo título, enquanto suas chances de adversários como Botafogo, Mirassol e Bahia se mostram quase nulas. Na parte inferior da tabela, a situação é igualmente crítica para as equipes na zona de rebaixamento, que não conseguirão escapar em apenas uma rodada. Embora a última quinta-feira tenha visto o Flamengo bater o recorde de público da temporada com mais de 72 mil pessoas no Maracanã, muitos torcedores de outras equipes estão se distanciando dos estádios.
O Botafogo, que sofreu uma eliminação na Copa do Brasil, viu sua média de público cair drasticamente, com menos de 10 mil torcedores comparecendo ao Nilton Santos. O São Paulo experimentou uma queda semelhante, e o Morumbi viu apenas 12 mil fãs nos jogos seguintes às derrotas para a LDU, que acabaram com suas esperanças continentais. A expectativa para o clássico de hoje, contra o Palmeiras, é de uma mobilização bem menor do que o esperado.
A desmotivação dos torcedores
A situação não é exclusiva a essas equipes. O Fluminense, por exemplo, demonstrou que prefere esperar suas melhores oportunidades, como o clássico contra o Vasco na semifinal da Copa do Brasil. O Atlético-MG, mesmo com promoções, registrou a menor presença de público em casa nesta temporada. Para muitos, a ausência dos torcedores pode ser interpretada como um sinal de desistência em uma temporada que não cumpre as promessas de grandeza esperadas.
Fatores que afastam o público
Uma pesquisa realizada pela consultoria Golden Goal revelou que, embora fatores como violência e horários complicados sejam relevantes na hora de decidir ir a um jogo, o principal motivador é a possibilidade de vitória. Se os torcedores acreditam que seu time pode ganhar, eles estarão presentes. No entanto, essa motivação parece estar em baixa atualmente.
O desânimo da torcida está levando a um clima de incerteza. Outubro será um mês decisivo que poderá determinar se a apatia é temporária ou se será um sinal de que aqueles que estão na parte média da tabela, sem chances de título ou rebaixamento, estão fadados ao “nada”.
O futuro das torcidas
Historicamente, o torcedor brasileiro sempre teve um vínculo forte com suas equipes. No entanto, nas últimas temporadas, especialmente com o crescimento financeiro de clubes como Flamengo e Palmeiras, a “espanholização” – onde as equipes líderes se distanciam ainda mais – parece estar influenciando a dinâmica das torcidas. Em anos passados, times como Botafogo, Atlético-MG e Fluminense foram capazes de atrair seus torcedores mesmo em momentos desafiadores. Agora, a questão que fica é: como reverter essa tendência?
O sucesso em outras competições, como a Libertadores ou Sul-Americana, pode ser o que faltava para reanimar o público e reestabelecer o vínculo entre o torcedor e o time. Em um ano marcado por altos e baixos, será interessante observar como o desenrolar de Outubro impactará não apenas a tabela do Campeonato Brasileiro, mas também o espírito da torcida em um momento em que a conexão com o esporte se torna cada vez mais crítica.
Com essas reflexões, a esperança é que os estádios voltem a ser palcos vibrantes de emoção e que a paixão pelo futebol brasileiro se reaqueça, trazendo de volta as multidões que tanto enriquecem essa competição.
