No último dia 11 de setembro, o piloto de drift Diego Higa gerou polêmica ao publicar um vídeo realizando manobras arriscadas em uma rota voltada a ciclistas e pedestres na Estrada de Manutenção da Rodovia dos Imigrantes, entre São Paulo e Santos. A situação chamou a atenção nas redes sociais, onde internautas expressaram preocupações sobre os perigos que sua atitude representa tanto para o meio ambiente quanto para os frequentadores da região.
O incidente e suas repercussões
A gravação realizada por Higa mostra seu Nissan 350z em alta velocidade, ziguezagueando em uma área que é parte da rota de cicloturismo Márcia Prado, dentro do Parque Estadual da Serra do Mar, uma área de proteção ambiental. Ao ser contatado pela equipe do g1, Higa não retornou as solicitações de esclarecimentos. No entanto, a Fundação Florestal da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) emitiu uma nota informando que instaurou um processo administrativo para investigar a infração ambiental registrada no vídeo. “A conduta observada está sendo analisada conforme a legislação ambiental vigente”, explicou a secretaria.
Repercussões nas redes sociais
A repercussão do vídeo foi imediata. Renata Falzoni, vereadora de São Paulo e ativista em defesa da mobilidade sustentável, manifestou-se nas redes sociais criticando a atitude de Higa. Em um vídeo publicado, ela classificou as manobras como um “completo absurdo” e expressou sua preocupação com a segurança dos ciclistas e pedestres que transitam pela área. “Imagine se, em uma dessas manobras, o piloto colide com um ciclista ou um dos diversos animais que habitam a região”, acrescentou. Falzoni fez questão de enfatizar que a área é destinada apenas aos ciclistas, pedestres e veículos oficiais autorizados.
As consequências legais
A Fundação Florestal alertou que qualquer atividade que cause danos ao Parque Estadual, como perturbação da fauna ou fragmentação de habitats, configura infração ambiental e pode acarretar sanções. Apesar de Higa ter se referido ao local como um “lugarzinho secreto”, seu ato não só desrespeitou as normas ambientais, como também a segurança pública. O Departamento Estadual de Trânsito (Detran) destacou que o drift, quando realizado fora de ambientes apropriados, configura uma infração gravíssima. As penalizações incluem sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), uma multa de R$ 2.934,70, suspensão do direito de dirigir e remoção do veículo.
A necessidade de ambientes seguros para práticas esportivas
Drift é uma manobra emocionante, mas extremamente perigosa se realizada em locais inadequados. Diversos especialistas em segurança no trânsito alertam que a prática deve ser realizada sempre sob supervisão de profissionais qualificados e em áreas delimitadas. O evento protagonizado por Higa levanta a questão sobre a responsabilidade dos pilotos em respeitar as leis de trânsito e preservar o meio ambiente.
O futuro da prática de drift no Brasil
Com o aumento da popularidade do drift e outras manobras automobilísticas, o debate sobre onde e como essas atividades devem ser praticadas se torna cada vez mais relevante. Os organizadores de eventos esportivos e as autoridades locais precisam trabalhar em conjunto para oferecer espaços seguros e legais para esses pilotos, evitando riscos tanto para os praticantes quanto para o público em geral.
O caso de Diego Higa não é um incidente isolado e serve como um alerta para a necessidade de educação e regulamentação em torno das atividades de motorsport no Brasil. À medida que essa discussão avança, a esperança é que ações efetivas sejam tomadas para garantir a segurança de todos os envolvidos, preservando também as preciosas áreas de proteção ambiental que fazem parte do nosso patrimônio natural.
Com um esporte cada vez mais popular e suas nuances, é imprescindível que todos os envolvidos no mundo do drift, sejam atletas, fãs ou gestores, promovam uma cultura de segurança e respeito ao meio ambiente, garantindo assim a perenidade das práticas e a proteção dos espaços que tanto apreciamos.