Neste sábado, 7 de outubro, Sanae Takaichi, conhecida por sua postura nacionalista, assumiu a liderança do Partido Liberal Democrata (PLD) do Japão. Esta vitória a coloca em uma posição privilegiada para se tornar a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra no país, possivelmente já em 13 de outubro, quando deve ser investida na função.
A trajetória política de Sanae Takaichi
Takaichi, de 64 anos, é um nome forte na política japonesa e ganhou destaque após vencer o segundo turno das eleições internas do PLD. Sua ascensão ocorre em um momento crítico para o Japão, após a rápida renúncia de Shigeru Ishiba, que deixou o cargo sob pressão devido a resultados eleitorais decepcionantes. Ishiba se afastou após menos de um ano no poder, sendo a frustração com as recentes perdas eleitorais um dos principais fatores de sua decisão.
A nova líder do PLD é autoproclamada admiradora de Margaret Thatcher, a ex-primeira-ministra britânica, e é conhecida por suas opiniões conservadoras em questões sociais, além de seu foco na segurança e defesa. Ela tem se tornado uma voz forte contra o aumento do poder militar da China na região, defendendo um Japão mais firme em suas posições internacionais.
Posição sobre questões econômicas e sociais
Em questões econômicas, Takaichi defende o aumento dos gastos públicos e a manutenção de baixas taxas de juros. Essa abordagem segue os passos de seu mentor, o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, que foi assassinado em 2022. Sua política econômica é vista como uma continuidade das estratégias adotadas durante o governo de Abe, buscando revitalizar a economia japonesa.
Outro aspecto que caracteriza sua liderança é sua regular visita ao Santuário Yasukuni, um local que homenageia aqueles que morreram em conflitos armados, mas que é visto com controvérsia, especialmente em outros países asiáticos, em razão do simbolismo militar do Japão durante a Segunda Guerra Mundial.
Perspectivas para o futuro do Japão
A ascensão de Takaichi não é apenas um marco para a política japonesa em termos de gênero, mas também uma importante transição política. O PLD, que governa o Japão quase ininterruptamente desde 1955, enfrenta desafios significativos, incluindo um declínio populacional e crises econômicas. Ishiba havia prometido “criar um novo Japão”, focando na revitalização de áreas rurais e lidando com o que chamou de “emergência silenciosa” na demografia do país.
Desafios pela frente
Embora Takaichi tenha um caminho aparentemente claro para a primeira-ministra, sua liderança não será desprovida de desafios. O PLD, atualmente em coalizão com o partido Komeito, enfrenta a pressão de deixaram a maioria em ambas as casas do parlamento. As eleições anteriores resultaram na pior performance do partido em 15 anos, e isso pode influenciar sua capacidade de implementar suas políticas e compromissos.
Com seu foco em conservadorismo e segurança, Takaichi terá que equilibrar a expectativa de mudanças nas políticas internas com a necessidade de estabilidade e continuidade. O Japão, uma nação que se vê cada vez mais em um ambiente internacional complexo, terá seus olhos voltados para as decisões políticas que virão sob a liderança da primeira mulher a estar à frente de seu governo.
Conforme Takaichi menciona: “Juntamente com muitos de vocês, estamos forjando uma nova era para o PLD”, a expectativa é que essa nova era traga tanto desafios quanto oportunidades. Os próximos meses serão cruciais para moldar o futuro político do Japão sob sua liderança.