Brasil, 4 de outubro de 2025
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Sanae Takaichi: a primeira mulher a liderar o Japão pode enfrentar desafios difíceis

Sanae Takaichi, futura premiê do Japão, inicia gestão com a tarefa de unificar partidos, fortalecer apoio popular e lidar com questões econômicas complexas

Sanae Takaichi, ex-ministra da Segurança Econômica, está prestes a se tornar a primeira mulher a liderar o Japão, após vencer a eleição presidencial do Partido Liberal Democrata (LDP). No entanto, seu maior desafio não será apenas conquistar o cargo, mas enfrentar uma série de obstáculos internos e externos que moldarão seu mandato.

Consolidar poder e unir o Partido Liberal Democrata (LDP)

Embora a eleição interna do partido tenha sido considerada a parte mais fácil, Takaichi agora precisa resolver as divergências internas que partiram de debates sobre o legado de Shinzo Abe. A líder veterana, considerada pró-Abenomics, terá de equilibrar interesses das alas mais moderadas e conservadoras do partido.

Segundo analistas políticos, a coalizão atual do LDP é minoritária nos dois centros de poder do Japão — a Câmara dos Deputados e o Senado — tornando imprescindível ampliar alianças, especialmente com o partido local Nippon Ishin, que possui posições próximas às do governo em temas como economia e reformas estruturais.

Desafios econômicos e sociais do mandato de Takaichi

Revisão das políticas econômicas

A futura premiê promete retomar a bandeira de “Japan is Back”, uma referência às políticas de Shinzo Abe, mas enfrenta o desgaste dessas medidas. As consequências das Abenomics — como aumento da dívida pública, desigualdade social e dependência de estímulos monetários — ainda pesam na economia japonesa.

Com a dívida pública atingindo cerca de 260% do PIB em 2020, Takaichi deverá negociar reformas para reduzir o endividamento de forma sustentável, além de lidar com os efeitos da inflação, impulsionada pelo enfraquecimento do iene e aumento nos preços de energia e alimentos.

Mercado de trabalho e desigualdade

Outro desafio importante é a precarização do mercado de trabalho, com 40% dos trabalhadores empregados de forma irregular. Takaichi precisará criar estratégias para proteger esses trabalhadores e estimular uma economia mais justa, sem recorrer a medidas populistas ou incompatíveis com a realidade fiscal japonesa.

Gestão política e governabilidade

Como nova líder do LDP, ela deve mostrar habilidade em fazer alianças e administrar as cobranças de um eleitorado cada vez mais insatisfeito. O apoio da população ao partido caiu após escândalos e promessas não cumpridas, e mudar essa percepção será essencial para garantir uma maioria sólida no Parlamento.

Assim, Takaichi, que desponta como uma figura de autoridade e firmeza, terá que equilibrar suas propostas com a necessidade de concessões políticas e negociações estratégicas para consolidar seu mandato e implementar reformas de impacto.

Segundo fontes próximas ao partido, seu sucesso dependerá em grande parte da sua capacidade de unir os diferentes grupos internos e de apresentar resultados concretos que demonstrem que uma nova liderança pode fazer a diferença no Japão.

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