Na sua mais recente memória, intitulada *107 Days*, Kamala Harris apresenta uma abordagem mais direta e confrontacional, afastando-se do seu estilo reservado anterior. Entre as revelações, destacam-se comentários polêmicos sobre Pete Buttigieg, Biden e outros nomes do cenário político americano, causando ondas de reação nas redes sociais e na mídia.
Revelação sobre Pete Buttigieg e o risco na escolha de companheiro de chapa
No livro, Harris admite que tinha Buttigieg como sua primeira escolha para vice-presidente, considerando-o ”ideal” por ser um homem branco e hétero. Contudo, ela afirmou que optou por não seguir adiante devido ao potencial risco dessa escolha, em uma visão “realista” das dinâmicas eleitorais. Segundo trecho da obra publicado pelo *The Atlantic*, Harris escreve que Buttigieg “seria um candidato ideal — se fosse um homem branco hétero”.
Após a publicação, Harris recebeu críticas por supostamente relacionar a sexualidade de Buttigieg à sua aptidão política. Rachel Maddow, do MSNBC, questionou essa conexão em uma entrevista, dizendo que ”é difícil de ouvir” essa narrativa, enquanto Buttigieg afirmou ao *Politico* que a opinião de Harris sobre a aceitação social do público é equivocada. Na internet, muitos usuários saíram em defesa de Buttigieg, alegando que o país é mais aberto do que Harris julga, enquanto outros consideraram a afirmação dela uma visão mais pragmática.
Disputa com Joe Rogan mostra polarização
Outro episódio destacado por Harris foi sua negativa de participar do podcast *The Joe Rogan Experience*, uma plataforma chave para atingir o público jovem. A ex-vice-presidente afirma que tinha intenção de comparecer, mas foi surpreendida ao saber que Rogan havia gravado com Donald Trump na mesma data que ela propôs.
Na internet, a controvérsia rendeu opiniões divididas. Alguns críticos acham que Harris deveria ter priorizado sua aparição, enquanto outros veem a disputa como uma questão mais ligada à estratégia de Rogan do que à decisão de Harris. Mesmo assim, a discussão evidencia a polarização na política e na mídia atual.
Frustrações e atritos com aliados democratas
Harris também revela ressentimentos com lideranças do Partido Democrata. Segundo ela, figuras como Gavin Newsom, Obamas e Nancy Pelosi não ofereceram suporte imediato após Biden desistir da corrida presidencial de 2024. Pelosi, inclusive, teria desejado uma primary, uma disputa de voto, o que gerou debates nas redes sociais.
Na plataforma Reddit, usuários debatem a questão, com opiniões que vão de apoiadores que admitem a honestidade de Harris a críticos que acusam a ex-vice-presidente de jogar a culpa em Biden, longe de assumir suas próprias falhas. Um comentário popular afirmou: “Ela tenta culpar Biden para salvar sua carreira política, sem autocrítica”.
Última revelação: relacionamento tenso com Biden
Por fim, Harris admite que Biden decidiu concorrer novamente de forma ‘aventurosa’, uma decisão que ela considera ‘reckless’ — irresponsável e egoísta. Segundo publicação no X (antigo Twitter), ela reage dizendo que essa escolha não deveria ter sido apenas uma questão de ego ou ambição individual.
Na discussão online, psicanalistas e analistas políticos avaliam se as declarações de Harris indicam um rompimento com Biden ou uma estratégia de posicionamento para futuras ambições políticas. Seja como for, o impacto do livro reforça os conflitos internos e a atual fase turbulenta do Partido Democrata, deixando dúvidas sobre as próximas movimentações de Harris na política americana.
Perspectivas futuras
Com a repercussão geral, especialistas apontam que as revelações podem prejudicar a imagem de Harris e influenciar suas chances em uma possível corrida presidencial em 2028. Enquanto isso, a polarização e os debates sobre alianças e estratégias continuam aumentando na arena pública e digital.