Brasil, 4 de outubro de 2025
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Moldova enfrenta os desafios após vitória reformista para ingresso na UE

A vitória do Partido de Ação e Solidariedade (PAS) indica uma nova fase na política moldava, com ambição de integrar a União Europeia e combater influência russa

A recente eleição em Moldova marcou um momento histórico ao consolidar o poder do Partido de Ação e Solidariedade (PAS), liderado pela presidenta Maia Sandu, em direção à adesão à União Europeia. Apesar de uma população de apenas 2,4 milhões, o resultado revela uma virada decisiva contra a influência russa no país, que há décadas busca manter sua presença estratégica na região.

Resistência à influência russa e avanços democráticos

Desde o fim da União Soviética, a Rússia exerce uma forte influência em Moldova, apoiando forças separatistas na região de Transnistria e penetrando em setores-chave do governo e da economia. Presidentes anteriores, como Vladimir Voronin e Igor Dodon, tiveram ligações próximas a Moscou. Porém, a vitória de Sandu e seu compromisso com reformas e a integração europeia representam uma oposição firme a esse cenário.

A eleição do ano passado, que consagrou Maia Sandu na presidência, surpreendeu analistas, pois as pesquisas prévias indicavam uma vantagem dos dois principais partidos apoiados por Moscou — o Bloco Patriótico (BEP), liderado por Dodon, e o Movimento Alternativo Nacional (MAN). No entanto, o PAS conquistou 50,2% dos votos e se sagrou vencedor na maioria parlamentar, garantindo uma maioria confortável para realizar reformas.

Implicações para a região e a influência russa

Segundo especialistas, a vitória do PAS sinaliza uma difícil batalha para Moscou na região, pois uma Moldova alinhada à UE representa um golpe no projeto de um “mundo russo” que visa ampliar a influência de Moscou no exterior. Atualmente, Moscou busca manter seu controle sobre Transnistria, uma tarefa que fica mais ameaçada com a aproximação do país à União Europeia.

O governo moldavo acusa a Rússia de ter investido cerca de €200 milhões — ou 1% do PIB do país — para comprar votos na eleição presidencial e no referendo europeu. Maia Sandu também alegou que Moscou gastou “centenas de milhões” para tentar enfraquecer o resultado parlamentar recente. Além disso, partidos pró-Rússia, como Heart of Moldova (PRIM) e Moldova Mare (PMM), tiveram seus candidaturas barradas sob alegações de financiamento ilegal e operações de lavagem de dinheiro.

Campanhas de desinformação e interferência estrangeira

Relatórios de organizações de observação indicam uma forte campanha de desinformação com ligações à Rússia, incluindo sites falsos que imitam veículos de comunicação ocidentais e o uso de robôs de inteligência artificial para inundar comentários contra o PAS e a União Europeia. Uma investigação da Associated Press destacou a presença de campanhas de fake news que, além de desinformar, tentam minar a confiança no processo eleitoral.

Reação e perspectivas futuras

Apesar de Dodon não aceitar imediatamente os resultados e chamar seus apoiadores para manifestações, as manifestações tiveram uma participação limitada. A observação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) afirmou que a eleição foi “competitiva e ofereceu aos eleitores uma escolha clara”, embora tenha criticado a interferência estrangeira e o uso de financiamento ilícito.

Com uma base parlamentar sólida, Maia Sandu prepara Moldova para avançar na sua trajetória de integração na União Europeia, enfrentando os desafios de uma resistência russa que permanece forte na região. Os próximos meses serão decisivos para consolidar esse esforço e definir o futuro político do país.

Para mais informações sobre o processo de adesão da Moldova à UE, leia também nosso artigo sobre os passos do bloco para a ampliação da integração regional.

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