Brasil, 4 de outubro de 2025
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Jubileu da missão: um novo olhar sobre a transformação social

A renovação da missão é crucial para enfrentar crises sociais e ambientais, afirma o padre Dario Bossi.

O Jubileu da Missão está se consolidando como uma oportunidade ímpar para renovar o papel da missão dentro da Igreja, destacando-a como um elemento essencial na transformação da sociedade, especialmente em tempos de crise. O padre Dario Bossi, missionário comboniano que atua no Brasil há cerca de quinze anos, é uma das vozes proeminentes que se manifestam sobre a importância dessa renovação. Para ele, é fundamental que a missionariedade se purifique de vestígios coloniais e promova ações concretas que possam ser instrumentos de mudança real nas comunidades.

Missão no mundo contemporâneo

A visão do padre Dario enfatiza uma abordagem de missão que transcende as fronteiras geográficas e culturais, promovendo um olhar plural sobre a interconexão global. Ele destaca que, no cenário atual, marcado por crises sociais e ambientais, a missão deve ser um veículo de reconciliação e inclusão. “Paz, igualdade, direitos e meio ambiente estão sob constante ameaça. Contudo, um futuro diferente é possível”, afirma. Essa perspectiva busca atender não apenas às necessidades espirituais, mas também às urgências sociais que afligem a humanidade.

A missão e a humildade de ouvir

Um aspecto central na fala do padre Bossi é a ideia de que a missão deve ser uma prática que respeita e valoriza as diferenças. Ele argumenta que não é suficiente impor uma visão; é necessário ouvir e, a partir desse diálogo, construir um caminho comum. “A verdadeira missão é a capacidade de abraçar o mundo em suas complexidades, respeitando todas as vozes e culturas”, explica.

Respeito ao meio ambiente e à criação

A questão ecológica não pode ser ignorada na missão contemporânea. De acordo com o padre Bossi, a reconciliação com toda a criação é um imperativo moral, especialmente em face das injustiças sociais, como a desigualdade e a fome. Ele cita a mensagem do Papa Francisco sobre a necessidade de tornar presente o Reino de Deus nesta Terra, enfatizando que a missão deve se engajar ativamente na luta por um mundo mais justo e sustentável.

Transformação pessoal e comunitária

A experiência missionária não se trata apenas de uma troca de ideias, mas de uma transformação profunda do ser. O padre Bossi reflete sobre sua própria jornada e como a missão o moldou, afirmando que a vivência missionária é uma oportunidade de “desaprender para aprender”. Este processo de reconexão com a realidade ao nosso redor é vital para o crescimento espiritual e comunitário.

A importância do território

Em seu trabalho na coordenação da rede Justiça nos Trilhos, o padre Bossi se destacou na defesa dos direitos das comunidades afetadas pela mineração no Brasil. Ele argumenta que a luta por justiça socioambiental não pode ser desvinculada do contexto territorial. “A mudança climática e a crise ambiental são questões que emergem dos territórios. Precisamos cuidar do nosso ambiente e das relações que ali se estabelecem”, destaca, sublinhando que a verdadeira transformação começa localmente.

Esperanças para a COP30

Enquanto se prepara para a COP30, que ocorrerá em Belém, o padre Bossi expressa a importância de amplificar as vozes das comunidades oprimidas e ecoar suas lutas. Ele vê a conferência como uma oportunidade crucial para que as preocupações dos povos do Sul Global sejam ouvidas e compreendidas dentro de um contexto mais amplo. “Estamos enfrentando um momento histórico em que a voz da Igreja pode se tornar um poderoso alicerce para as populações que estão sendo silenciadas diante do nacionalismo e das políticas exclusivas”, afirma.

Descolonizar a missão

O padre Bossi conclui ressaltando que o Jubileu deve servir como um chamado à ação contra as práticas coloniais que ainda permeiam a missão. “Precisamos repensar como agimos enquanto missionários. A descolonização da missão é uma meta que não podemos ignorar. É fundamental promover o diálogo, não apenas entre culturas, mas também entre religiões”, enfatiza, reiterando que a verdadeira missão é inclusiva e respeitosa das diversas vozes que compõem a sociedade.

A celebração do Jubileu da Missão, portanto, não é apenas uma data no calendário religioso, mas um chamado à transformação, ao perdão e à reconciliação. O padre Dario Bossi convida todos a abraçar esse espírito jubilar como uma forma concreta de ministrar e servir a sociedade, a partir de uma fé renovada e comprometida com a justiça social e ambiental.

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