Brasil, 4 de outubro de 2025
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Empresa suíça usa energia solar para reciclar aço e fabricar relógios

Fornos solares na Suíça derretem resíduos de aço, promovendo reciclagem sustentável na indústria relojoeira da região de Jura

Uma empresa suíça inaugurou nesta sexta-feira dois fornos solares na região de Jura, na fronteira com a França, com o objetivo de derreter resíduos de aço usando energia verde. A iniciativa visa transformar o lixo metálico em lingotes e fornecer matéria-prima reciclada para a fabricação de relógios e instrumentos médicos, reduzindo o impacto ambiental da indústria local.

Reciclagem de aço com energia solar na Suíça

Os fornos utilizam raios solares concentrados por espelhos gigantes, com temperaturas que atingem até 2.000°C, possibilitando a reciclagem de resíduos metálicos de alta qualidade. Segundo Raphael Broye, presidente-executivo da Panatere, a tecnologia desenvolvida é um sonho que dura uma década. “Estamos mostrando que essa inovação é viável economicamente e sustentável”, afirmou Broye, em entrevista.

A iniciativa pretende produzir até 1.000 toneladas de aço reciclado por ano, beneficiando principalmente empresas de relojoaria na região de Jura, famosa por suas marcas de renome mundial. O projeto ainda está em fase de testes avançados, com a expectativa de iniciar a produção em escala completa em 2028, seja na própria região ou nas montanhas Wallis, no sudoeste da Suíça.

Desafios e avanços dos protótipos solares

Conquistas tecnológicas

Para desenvolver o primeiro protótipo, 148 cientistas e profissionais trabalharam no projeto. Os fornos contam com um heliostato de 140 metros quadrados, com espelhos móveis que concentram os raios solares em um recipiente de 10 metros de diâmetro, onde o aço é derretido e reciclado. A equipe enfrentou obstáculos como ventos intensos, poeira do Saara e variações de temperatura extremas, que chegam a -20°C no inverno e ultrapassam 30°C no verão.

Aspectos econômicos e de mercado

Broye destaca que há um modelo econômico promissor, mesmo considerando os altos custos laborais na Suíça. “Com os preços atuais de metais, como o cobre, e a escassez de recursos, esses projetos podem ser lucrativos”, afirmou, demonstrando como a reciclagem com energia solar pode restaurar o prestígio de cadeias de suprimentos curtas. Segundo ele, fábricas de relógios e indústrias de instrumentos médicos percebem hoje o valor de resíduos metálicos como um verdadeiro “tesouro”.

Impactos sustentáveis e futuros passos

O uso de energia solar na reciclagem de aço representa uma inovação que alia sustentabilidade e progresso tecnológico. A expectativa é que a tecnologia possa reduzir a emissão de carbono na indústria de alta precisão, além de fortalecer a economia local.

Antes de oficializar a escala de produção, a Panatere continuará realizando testes com empresas parceiras na região de Jura. A iniciativa demonstra o potencial de uma transição energética impulsionada por fontes renováveis, contribuindo para a redução do impacto ambiental da produção de metais essenciais para o setor de luxo e saúde.

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