Brasil, 4 de outubro de 2025
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Diogo Vilela relembra infarto de colega nos palcos

Ator compartilha lembranças surpreendentes sobre Henriette Morineau durante entrevista ao programa de Pedro Bial.

Neste sábado (4), o ator Diogo Vilela, de 67 anos, relembrou os bastidores inusitados de uma das peças mais marcantes de sua carreira, “Ensina-me a Viver”. Durante uma das apresentações, sua colega de cena, Henriette Morineau, infartou nos braços do intérprete, um episódio que ficou gravado em sua memória.

Um momento de tensão nos palcos

Durante sua participação no programa “Conversa com Bial”, Diogo Vilela detalhou a situação dramática que ocorreu em cena. O apresentador Pedro Bial o questionou sobre o ocorrido. “Henriette Morineau teve um infarto em seus braços, em cena também, não é?”, perguntou Bial. Vilela confirmou e relembrou que Henriette pediu para que ele não interrompesse o espetáculo. “Ela ainda disse: ‘não para'”, recordou o ator, que ficou impressionado com a dedicação da colega.

A peça culminava em uma cena em que a personagem de Henriette morria, e Vilela ficou atento aos sinais de sua parceira. Ele percebeu que ela estava suando excessivamente e decidiu continuar a apresentação. “No final da peça, a personagem morria. A grande cena é a morte dela, e eu terminava tocando um banjo. Eu vi que ela ficou cheia de gotas de suor no buço. Aí eu falei: ‘madame’. E o público afastado”, relatou, ressaltando a atmosfera tensa e dramática do momento.

Após o incidente, profissionais de saúde foram acionados para socorrer a atriz. “Tinha um médico e uma enfermeira fazendo assim para mim [pedindo para terminar a peça]. Eu falei, ela só ia suspirar e morrer, por que eu ia parar? Eu vi que ela queria morrer em cena. Inclusive, achei maravilhoso. Uma baita cena, a pessoa morre de verdade, fiquei louco, achei lindo e não parei”, brincou Vilela, que conseguiu encerrar a apresentação sem interrupções.

Henriette Morineau: uma trajetória marcante

Após a ocorrência, Henriette Morineau foi rapidamente encaminhada a um hospital, onde se recuperou. Infelizmente, em 1990, aos 82 anos, ela faleceu após uma parada cardíaca. Antes de seu falecimento, a atriz já havia sido diagnosticada com isquemia cerebral, um problema que a acompanhou por um tempo.

Henriette era uma artista premiada e admirada, nascida na França. Em 1931, ela se mudou para o Brasil, onde se casou com um ex-combatente francês. A estreia dela nos palcos brasileiros ocorreu em 1949, depois que ela aprendeu a falar português com fluência, o que a ajudou a consolidar sua carreira no teatro brasileiro.

Reflexões sobre o envelhecimento

Além do emocionante reencontro com a memória de Henriette Morineau, Diogo Vilela também refletiu sobre o envelhecimento e a passagem do tempo. “Todo dia [me olho no espelho], porque quando eu era novo eu fazia muito velho, já fiz velho de 90 anos em peça de várias esquetes. Aí eu fico assim: ‘Será que eu vou ter que representar um velho quando eu for velho?'”, questionou Diogo, demonstrando um lado humano e reflexivo.

Ele continuou, dizendo: “Fico naquela loucura, porque eu fico vendo a passagem do tempo que é inexorável e a gente tem que aceitar de uma maneira, mas tem coisas legais também.” Essas reflexões mostram a sabedoria e a experiência que Diogo acumula ao longo dos anos, tanto na vida pessoal quanto na carreira.

O relato de Diogo Vilela não só traz à tona um episódio inusitado dos palcos, mas também nos faz refletir sobre a arte, a vida e as experiências que nos marcam. A conexão entre artistas e a dedicação ao ofício são evidentes nessa narrativa, lembrando-nos do impacto que cada apresentação pode ter, não apenas no público, mas também nos envolvidos na criação. O ator se despediu do programa de Bial com uma insinuação leve e esperançosa, mostrando que a vida é cheia de histórias que merecem ser contadas.

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