No último sábado (4), a Bahia recebeu um importante reforço na luta contra intoxicações por metanol: 90 ampolas de etanol farmacêutico, enviadas pelo Ministério da Saúde. A ação acontece em meio a investigações sobre dois casos suspeitos da condição no estado, que resultaram na morte de uma pessoa e internamento de outra. O metanol, substância frequentemente utilizada na adulteração de bebidas alcoólicas, pode causar sérias complicações à saúde.
Natureza do antídoto e a importância do envio
De acordo com a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), em média, um tratamento completo para uma intoxicação por metanol requer cerca de 30 ampolas de etanol farmacêutico. Portanto, a entrega de 90 ampolas representa um reforço estratégico essencial para o sistema de saúde estadual em um momento de possível crise. A intenção é estar preparado para atender a um aumento nos casos de intoxicação, garantindo uma resposta mais rápida e eficaz à população.
A secretária da Saúde, Roberta Santana, destacou que o envio das ampolas é uma medida preventiva, principalmente em meio ao cenário preocupante de intoxicações devido ao consumo de bebidas adulteradas, que tem se intensificado em várias regiões do Brasil. “Trata-se de uma medida de precaução que garante ao Estado a capacidade imediata de responder a situações de risco”, afirmou.
O que é o metanol e seus perigos
O metanol é um tipo de álcool utilizado como solvente e em produtos químicos, mas sua ingestão é extremamente perigosa. Uma vez no organismo, ele é metabolizado pelo fígado, gerando substâncias tóxicas que afetam a medula, o cérebro e o nervo óptico. Isso pode resultar em cegueira, coma e, em casos extremos, até morte. Recentemente, intuições de metanol relacionadas ao consumo de gin, vodca e whisky já provocaram internações graves e fatalidades em estados como São Paulo.
Compra adicional de antídotos e medidas de emergência
O Ministério da Saúde, reconhecendo a gravidade da situação, anunciou a compra de 12 mil novas ampolas de etanol farmacêutico e 2,5 mil unidades de fomepizol, outro antídoto utilizado em casos de intoxicação por metanol. Esses insumos, somando-se às 4,3 mil ampolas fornecidas por hospitais universitários federais, serão distribuídos em todo o Brasil, reforçando os estoques estratégicos do Sistema Único de Saúde (SUS).
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o principal objetivo dessas ações é garantir que todos os estados tenham acesso rápido ao tratamento, mesmo antes da confirmação laboratorial da intoxicação. A distribuição já começou, abrangendo estados como Bahia, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso e o Distrito Federal.
Reunião emergencial em resposta aos casos suspeitos
Em resposta aos casos suspeitos de intoxicação por metanol, a Secretaria da Saúde da Bahia convocou uma reunião emergencial marcada para este domingo (5), às 9h30. O encontro ocorrerá na sede da secretaria, em Salvador, e será híbrido. Diversas entidades estarão presentes, incluindo conselhos de saúde, departamentos policiais, e órgãos de vigilância, buscando alinhar esforços para garantir respostas rápidas e efetivas.
A secretária Roberta Santana enfatizou a importância da coordenação entre os diversos órgãos para proteger a população e prevenir novos casos. “É fundamental que todos atuem de forma integrada”, disse.
A necessidade de tais medidas é evidenciada pelo caso do paciente identificado como Marcos Evandro Santana da Costa, um homem de 56 anos que faleceu após apresentar sintomas de intoxicação por metanol. A equipe médica começou a investigação logo após a entrada do paciente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Feira de Santana. As amostras biológicas para análise laboratorial já foram coletadas, e o resultado deve ser divulgado em até uma semana.
O segundo caso suspeito e os próximos passos
Horas após a confirmação do primeiro caso, um segundo paciente foi identificado em Salvador e está internado. As autoridades de saúde confirmaram que a saúde dessa pessoa é estável, e amostras também foram coletadas para testes laboratoriais. As orientações destacam a importância de uma vigilância reforçada nas unidades de saúde, especialmente nas emergências, assegurando que qualquer notificação de intoxicação seja comunicada imediatamente para a adoção de medidas apropriadas.
Com a reabertura do debate sobre a intoxicação por metanol e suas graves consequências, as autoridades de saúde fazem um alerta à população sobre os perigos do consumo de bebidas adulteradas, ressaltando a importância da conscientização e do cuidado ao escolher o que ingerir.
Este episódio acende um sinal de alerta sobre os riscos associados às bebidas alcoólicas e a necessidade de políticas públicas eficazes para proteger a saúde da população. Medidas de prevenção e tratamento adequadas são fundamentais para evitar que tragédias semelhantes se repitam.