As cotas para pessoas com deficiência (PCDs) na Unicamp estão com um aumento significativo para o ingresso em 2026, refletindo um compromisso da instituição em promover a inclusão. A universidade anunciou que, para o próximo ano, estarão disponíveis 47 vagas para PCDs, um aumento de 51% em relação às 31 vagas da edição anterior. Apesar do crescimento, esse número ainda representa menos da metade do total de vagas sugerido pelo Conselho Universitário, que era de 126.
Caminho para a inclusão
O ingresso nas cotas PCDs é feito por meio do Enem-Unicamp, e não pelo vestibular tradicional da Unicamp. Para concorrer, os candidatos devem atestar sua deficiência, conforme estipulado no artigo 14-B da Deliberação CONSU-A-032/2017. Os estudantes podem vir de escolas públicas ou privadas, o que amplia as oportunidades de ingresso na universidade.
José Alves, diretor da Comvest, ressalta que a adaptação dos cursos é um fator crucial. “Muitos cursos não tinham condições de fazer as adaptações necessárias quando a política de cotas foi aprovada em 2024. Estamos fazendo as mudanças aos poucos, com um prazo de cinco anos para cursos que exigem mais adaptações”, explica Alves. Este ano, os cursos de Medicina e Ciência da Computação, os mais concorridos da universidade, começam a oferecer vagas para PCDs, com uma vaga para Medicina e duas para Ciência da Computação.
Desafios na educação inclusiva
Embora o aumento nas cotas seja um passo importante, o diretor enfatiza que a verdadeira inclusão vai além da simples reservação de vagas. “Não vemos esse público dentro da universidade nem nas escolas. Muitas vezes, esses estudantes são boicotados até mesmo por suas famílias, que não enxergam a importância da escolarização”, afirma Alves. Portanto, para alcançar as metas estabelecidas, a Unicamp deve trabalhar tanto na atração de candidatos quanto na adaptação de sua infraestrutura.
Como concorrer às cotas?
Os interessados nas vagas para PCDs devem se inscrever no processo seletivo Enem-Unicamp 2026, utilizando a pontuação da edição de 2025. Os tipos de deficiências contempladas pelas cotas incluem todas aquelas reconhecidas pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, que considera um amplo espectro, desde deficiências físicas até sensoriais e mentais.
Além do ingresso pelas cotas, pessoas com deficiência também podem se inscrever e participar do vestibular Unicamp 2026, concorrendo livremente a outras vagas. O vestibular ainda oferece atendimentos especiais, como cadernos de questões em letra ampliada, maior tempo para a realização das provas, e o direito a um ledor, conforme as necessidades individuais de cada candidato.
Aumento da demanda por atendimentos especiais
Os dados da Comvest revelam um aumento na procura por atendimentos especiais. Em 2024, foram analisados 1.489 pedidos, já em 2025 esse número saltou para 1.976. Além das deficiências físicas, candidatos com Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) também podem solicitar atendimentos especiais, embora essa condição não seja considerada uma deficiência a princípio.
Com o aumento das cotas, a Unicamp se posiciona como uma instituição que busca não só diversificar suas entradas, mas também promover um ambiente de aprendizado inclusivo, desafiando as barreiras que ainda existem na educação.
Essa mudança é um reflexo do comprometimento da universidade em contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária, onde todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas ou mentais, tenham acesso a oportunidades educacionais de qualidade.
Para mais informações sobre o vestibular e as cotas, você pode acessar o site oficial da Unicamp e acompanhar as atualizações. As inscrições já estão abertas e os candidatos devem estar atentos às documentações necessárias para garantir seu direito às vagas.
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