No último sábado, um ataque aéreo realizado por drones russos em uma estação ferroviária na cidade de Shostka, na Ucrânia, resultou em dezenas de feridos. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, descreveu o incidente como “sangrento”, em meio a um aumento nas ofensivas russas contra as infraestruturas ferroviárias e de energia da Ucrânia, à medida que o quarto inverno desde o início da invasão se aproxima.
A gravidade do ataque em Shostka
De acordo com Zelenskyy, pelo menos 30 pessoas ficaram feridas na explosão que atingiu a estação, localizada a cerca de 64 quilômetros da fronteira russa. Em uma postagem nas redes sociais, ele informou que todos os serviços de emergência já estavam no local, proporcionando assistência às vítimas e coletando informações sobre os feridos.
Oleksiy Kuleba, vice-primeiro-ministro da Ucrânia, confirmou que o ataque targetou dois trens de passageiros em rápida sucessão, afetando inicialmente um serviço local e, em seguida, um trem com destino a Kyiv. Kuleba também acrescentou que equipes médicas estavam transportando os feridos para hospitais, enquanto outros que estavam presentes no local foram levados para abrigos sob a supervisão de equipes de resgate.
Intensificação dos ataques aéreos russos
Nos últimos dois meses, Moscou intensificou seus ataques contra a rede ferroviária da Ucrânia, que é vital para o transporte militar. Desde a invasão em fevereiro de 2022, as forças russas aumentaram suas ofensivas também contra a infraestrutura energética da Ucrânia, que, segundo Kyiv, visa utilizar o inverno como uma arma, tentando privar os civis de aquecimento, luz e água corrente.
Na madrugada de sábado, drones e mísseis russos atingiram mais uma vez a rede elétrica da Ucrânia, um dia após o que foi descrito como o maior ataque a instalações de gás natural até o momento desde o início da invasão. De acordo com a empresa de energia ucraniana, o ataque danificou instalações energéticas perto de Chernihiv, gerando apagões que afetariam cerca de 50 mil residências.
A reação internacional e humanitária
As informações sobre o estado da infraestrutura e o número total de feridos ainda estão sendo consolidadas. A natureza indiscriminada dos bombardeios despertou uma onda de condenação internacional, com líderes mundiais criticando as táticas de Moscou e alertando sobre as consequências humanitárias das ofensivas contínuas.
O chefe da administração militar de Chernihiv, Dmytro Bryzhynskyi, confirmou que um ataque noturno na cidade causou múltiplos incêndios, embora detalhes sobre o que exatamente foi atingido não tenham sido fornecidos imediatamente.
Na véspera do ataque em Shostka, a Rússia lançou sua maior ofensiva até então contra instalações de gás operadas pela Naftogaz, a empresa estatal da Ucrânia, disparando um total de 381 drones e 35 mísseis em um único dia, segundo relatórios da força aérea ucraniana.
Perspectivas futuras
Com o inverno se aproximando, a questão da segurança energética se torna cada vez mais premente. O CEO da Naftogaz, Serhii Koretskyi, afirmou que os ataques não tinham um propósito militar, enquanto a primeira-ministra ucraniana, Yulia Svyrydenko, acusou Moscou de “terrorizar civis”.
Além disso, no final de semana, a resistência ucraniana conseguiu interceptar 73 dos 109 drones lançados pelas forças russas e três mísseis balísticos, um feito que reforça a capacidade defensiva do país em tempos de crise. Contudo, a população continua vivendo sob a sombra da guerra, e a tensão entre as nações permanece elevada.
Conforme a situação evolui, a comunidade internacional assiste com preocupação, e a solidariedade aos cidadãos ucranianos é fundamental para enfrentar as adversidades que vêm pela frente.