A Alsea, grupo mexicano que atua na gestão de marcas de fast food na América Latina, decidiu colocar à venda a operação do Burger King na Argentina. A rede disputa o segundo lugar no mercado local, atrás do McDonald’s e ao lado do rede nacional Mostaza, que conquistou espaço com preços competitivos e forte expansão. A operação argentina foi incluída em um processo de desinvestimento que também envolve negócios no Chile e no México, além da própria Espanha, vendida no ano passado ao fundo inglês Cinven.
Busca por compradores e estratégia regional
A venda da operação argentina faz parte de um plano de desinvestimento regional da Alsea, que passou a buscar interessados por meio do banco BBVA. Segundo fontes próximas às negociações, fundos de investimento, grupos locais do setor alimentício e operadores internacionais de fast food estão na lista de potenciais compradores. A intenção é encontrar uma alternativa de mercado antes de encerrar a presença direta no país.
Operação global e mercado local
Globalmente, a Alsea já vendeu sua operação do Burger King na Espanha há um ano, com a aquisição do negócio pelo fundo britânico Cinven. Na Argentina, porém, a venda não representa uma saída definitiva da Alsea do mercado local, pois a companhia continuará operando o Starbucks, sua outra marca na região. A operação do Starbucks na Argentina permanece inalterada, garantindo a presença do grupo no segmento de cafés.
Contexto do mercado de fast food na Argentina
O setor de fast food na Argentina enfrenta dificuldades, como estagnação nas vendas e desafios de rentabilidade. A concorrência entre marcas de hambúrguer se intensificou com o crescimento de hamburguerias artesanais e de redes de frango frito, além de promoções agressivas e estratégias de delivery hiperativas. O McDonald’s mantém a liderança, enquanto o Burger King ocupa o segundo lugar, dividido com o Mostaza, rede que se consolidou com uma estratégia de preços acessíveis e forte presença em shoppings e rodovias.
“A categoria de hambúrgueres se ‘comoditizou’, e atributos como qualidade ou sabor já não são suficientes para se destacar”, explica um consultor do setor de consumo. Em meio a esse cenário, sinais de desaceleração e a busca por reajustes estratégicos marcam o mercado local.
Potenciais interessados e perspectivas
Entre os possíveis interessados na operação argentina estão grupos nacionais, como a DGSA, proprietária de marcas como Kentucky Pizzas, e o fundo Inverlat, que já investiu na aquisição de franquias como Wendy’s e KFC. Além disso, o grupo equatoriano Int Food, que entrou no mercado argentino em 2018 com essas mesmas marcas, também aparece como um potencial comprador.
Segundo análises do setor, a venda do Burger King na Argentina pode refletir uma estratégia de ajuste de portfólio da Alsea na região, que busca consolidar operações mais rentáveis e diminuir riscos ligados a mercados com desafios de crescimento. Apesar disso, a companhia continuará presente no mercado local por meio do Starbucks, reforçando sua aposta na diversificação de marcas.
Perspectivas para o mercado de fast food na Argentina
Especialistas avaliam que a saída da Alsea do Burger King na Argentina pode abrir espaço para novas operações e fortalecer a concorrência com os atuais líderes. Com o potencial de reestruturação do setor, a competitividade deve aumentar, incentivando a chegada de novos players e marcas nacionais e internacionais.
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