Brasil, 3 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Sarah Mullally será a primeira mulher a ocupar arquipiscopado de Canterbury

A nomeação de Sarah Mullally como arcebispo de Canterbury marca um momento histórico na Igreja Anglicana, refletindo mudanças internas e tensões externas.

O Reino Unido anunciou nesta terça-feira (3), a aprovação da nomeação da bispa de Londres, Sarah Mullally, como a primeira mulher a liderar o arcebispado de Canterbury. A cerimônia de sua instalação está prevista para março de 2026. Este marco importante sucede nomeações anteriores e ocorre em meio a desafios e divisões dentro da Comunhão Anglicana, que conta com aproximadamente 85 milhões de fiéis em 165 países.

Um momento de avanço e controvérsia na Igreja Anglicana

A nomeação de Mullally ocorre após a renúncia do arcebispo Justin Welby, em novembro de 2024, na esteira de críticas relacionadas ao seu manejo de casos de abuso infantil e as controvérsias sobre o consentimento de cerimônias de bênçãos para uniões de pessoas do mesmo sexo. Em julho de 2024, a Igreja de Inglaterra aprovou mudanças que permitiram a celebração dessas bênçãos, refletindo uma postura mais inclusiva frente às questões de sexualidade.

Sarah Mullally, que apoiou essas reformas, declarou em comunicado divulgado no site do arcebispo de Canterbury que deseja “responder ao chamado de Cristo” com espírito de serviço. “Estou ansiosa para compartilhar essa jornada de fé com milhões de pessoas que servem a Deus e às suas comunidades em todo o país e no mundo,” afirmou.

Reações e apoio de diferentes igrejas

O presidente da Conferência Episcopal Católico da Inglaterra e País de Gales, Cardeal Vincent Nichols, manifestou apoio à nomeação, elogiando as capacidades de Mullally. Em carta publicada na rede social X (antigo Twitter), ele destacou que “ela trará muitos dons e experiências para seu novo papel”.

O cardeal Kurt Koch, responsável pela Dicasta de Promoção da Unidade dos Cristãos, também enviou congratulações, expressando “os bons desejos da Igreja Católica” à futura arcebispa, apesar das tensões teológicas existentes entre as duas igrejas.

Contexto de tensões e mudanças na Igreja Anglicana

O clima de conflito dentro da Comunhão Anglicana se acentuou após a saída do arcebispo Welby, especialmente devido às divergências sobre a ordenação de ministérios para casais do mesmo sexo e a revisão de documentos doutrinais. Em julho, a Igreja de Inglaterra decidiu retirar de sua lista de requisitos a doutrina “Questões em Sexualidade Humana” de 1991, que condenava atividades homossexuais, citando-a como “inadequada” e “ofensiva para muitos”.

A decisão provocou protestos do GAFCON (Conferência de Foz de Jerusalém), grupo conservador particularmente forte na África e Ásia, que afirmou que a nomeação de Mullally “revela a perda de autoridade de Canterbury” perante a Igreja fundada por Henrique VIII em 1534.

Próximos passos e expectativas para Mullally

Legalmente, Sarah Mullally assumirá o cargo após sua “confirmação de eleição” em cerimônia na Catedral de São Paulo, em janeiro de 2026. Sua liderança será uma prova de como a Igreja Anglicana navega por tempos de mudanças sociais e teológicas, buscando equilíbrio entre tradição e inovação.

Para mais informações, acesse a fonte original.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes