O deputado federal Paulinho da Força, relator do Projeto de Lei da Dosimetria, está se preparando para apresentar o texto ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, no prazo máximo até terça-feira, dia 7 de outubro. A urgência do texto foi aprovada em 17 de setembro, permitindo que a proposta possa ser votada imediatamente, sem a necessidade de passar por comissões.
A interlocução com lideranças parlamentares
Na última semana, Paulinho da Força se reuniu com lideranças de vários partidos para construir um texto que possa atender as expectativas tanto da base aliada, que se preocupa apenas com a redução de penas, quanto da oposição, que clama por uma anistia ampla e irrestrita. O relator declarou que o seu relatório será “curto e grosso”, tentando assim equilibrar os interesses das diferentes espectros políticos.
Apesar dos diálogos com os líderes do PL, Paulinho da Força deixou claro que uma anistia não é viável neste momento. O foco reside em elaborar um relatório que represente a média da opinião expressa na Casa.
As dificuldades enfrentadas pelo projeto
Embora haja um esforço para construir um consenso, o clima no Congresso não é favorável para propostas com potencial de grande repercussão. Tentativas anteriores, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, enfrentaram resistência. Flávio Bolsonaro, por exemplo, manifestou que o projeto apresentado por Paulinho “não nos serve”, indicando a divisão de opiniões até mesmo entre aliados.
De acordo com interlocutores do PL, o partido não aceitará um projeto que se limite a uma abordagem “mais leve”, defendendo que ele traga mudanças significativas nas penas. O posicionamento consiste em envolver partidos do Centrão, como PP, Republicanos, PSD e alguns membros do União Brasil. A ideia é pressionar para a derrubada do texto caso não haja um consenso que atenda todas as partes.
Expectativa para a votação
Com um calendário apertado e uma expectativa crescente em torno do PL da Dosimetria, a próxima semana será crucial. A possibilidade de a proposta ser discutida em plenário é iminente, e o resultado poderá impactar não apenas os condenados em processos relacionados, mas também a dinâmica política na Câmara. Enquanto isso, as lideranças continuam buscando um entendimento, cientes de que a votação do projeto poderá trazer consequências distantes.
Por fim, com as pressões de várias frentes, o futuro da Dosimetria ainda permanece incerto. O que se observa é uma tentativa de conciliação entre visões divergentes e a necessidade de atender as demandas da população, que aguarda respostas do Legislativo.
Por enquanto, o clima é de expectativa na Casa, e como o ensaio da votação se desenrola, muitos esperam que as negociações deem frutos e que o PL da Dosimetria alcance uma solução efetiva e pacificadora.
