Brasil, 3 de outubro de 2025
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Produção industrial registra alta inesperada em agosto e sinaliza possível recuperação do PIB

A indústria brasileira cresceu 0,8% em agosto, surpreendendo especialistas e sugerindo melhora no desempenho econômico do país.

A produção industrial brasileira teve crescimento de 0,8% em agosto, na comparação com julho, resultado que surpreendeu os economistas — especialmente por ter sido uma alta disseminada por dois terços dos subsetores. O IBGE também revisou a queda de julho, de -0,2% para -0,1%, indicando uma leve melhora no setor. No acumulado do ano, a indústria apresenta alta de 0,9%, enquanto na comparação anual, houve retração de 0,7%. Esses dados reforçam a expectativa de que o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre pode evitar o cenário de queda, ao contrário das previsões iniciais.

Segmentos industriais revela resiliência e perspectiva de recuperação

Entre os 16 setores industriais que registraram aumento na produção, destaque para o setor de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com avanço expressivo de 13,4%. Nos últimos quatro meses, esse segmento acumulou alta de 28,6%, contribuindo para amenizar a desaceleração geral da indústria. Segundo Caio Dianin, pesquisador do FGV Ibre, setores ligados ao consumo das famílias, como alimentos, também apresentaram crescimento de 1,3%, refletindo resiliência no mercado interno.

Resistência da economia mesmo com juros elevados

Segundo Dianin, “a economia está no rumo que esperávamos, com desaceleração nos setores mais cíclicos, enquanto o setor de extrativos mantém o ritmo”. Ele destaca que o mercado de trabalho aquecido tem sustentado o consumo, embora indicadores recentes sinalizem possíveis fragilizações futuras. “Vemos uma reversão nos dados do Caged, o que pode impactar o crescimento do consumo e, por consequência, o desempenho da indústria”, analisa.

Desafios no setor de bens de capital

O setor de bens de capital, que indica investimentos e expansão futura, apresentou recuo de 1,4% frente a julho. No acumulado entre janeiro e agosto, a variação é quase estável, com -0,1%, e na comparação anual, a queda é de 5%. Apesar de estar no melhor nível desde 2021, os números até agora estão 30% abaixo do pico de 2013, evidenciando o potencial ainda não realizado da indústria brasileira.

Impacto limitado de tarifas fronteiriças

O impacto da sobretaxa imposta pelos EUA aos produtos brasileiros, atribuído à política de Trump, foi considerado limitado por especialistas. Luís Otávio Leal, economista da G5 Partners, avalia que o efeito afetou segmentos específicos como madeira, móveis e artefatos de couro, com quedas de 8,6%, 5,2% e 3,6%, respectivamente, sem causar uma disrupção ampla na indústria.

Para mais detalhes sobre o desempenho da indústria e suas perspectivas, acesse o fonte original.

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