A Petrobras lançou nesta sexta-feira (27) o processo de contratação da P-91, última das 12 plataformas flutuantes (FPSO) previstas para o Campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. A plataforma, que será uma das menores em capacidade, entra no planejamento para elevar a produção do maior campo produtor do Brasil, com expectativa de pico de 1,8 milhão de barris por dia em 2033.
Pista de preços e desafios na construção
Questionada sobre o valor do investimento na P-91, Renata Baruzzi, diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, brincou ao afirmar: “Não vou dizer, se não os licitantes vão ancorar os preços deles no valor que eu falar. É US$ 1 bilhão, pronto. Quero ver quem vai fazer a US$ 1 bilhão.”
Apesar de não estimar o custo exato, ela explicou que o projeto foi simplificado após apresentação técnica aos fornecedores, buscando reduzir o impacto de custos elevados e a concorrência de setores como o de data centers. A plataforma será construída no modelo “constrói-opera-transfere” (BOT), permitindo maior flexibilidade na alocação de conteúdo local, com 25% previsto para fabricação nacional.
Capacidade de produção e role de distribuição de gás
A P-91 terá capacidade para processar 180 mil barris de petróleo por dia e gerar 12 milhões de metros cúbicos de gás natural diariamente. Além da produção de petróleo, a unidade será um hub de distribuição de gás, com 5,5 milhões de m³/dia enviados ao continente pelo gasoduto Rota 3, em operação desde o ano passado, reforçando a estratégia de abastecimento na região.
Contando com tecnologia para reduzir emissões de gases do efeito estufa, a plataforma terá menos funcionários embarcados — 180, contra os 240 das unidades mais recentes. A expectativa é que, com o pico de produção, a plataforma contribua significativamente para consolidar Búzios como maior produtor nacional, atingindo rendimento máximo por volta de 2033.
Construção, conteúdo local e cronograma
A plataforma poderá ser construída no Brasil ou no exterior, com o contrato prevendo a alocação de 25% de conteúdo local, liberando o operador para decidir se realiza compras de equipamentos, montagem ou integração no país. A última plataforma, a P-78, chegou a Búzios na terça-feira e foi finalizada em estaleiros na China, Coreia do Sul e Singapura, com componentes fabricados no Brasil.
Após o lançamento do edital, o processo terá prazo de 180 dias para propostas. A entrega da P-91 deverá ocorrer após o fim do plano de negócios da Petrobras 2026-2030, sem data definida. Atualmente, a companhia opera o campo em consórcio com participações minoritárias das chinesas CNPC e CNOOC.
Mais detalhes sobre o edital e os planos da Petrobras podem ser conferidos na fonte oficial.
Tags: Petrobras, Búzios, FPSO, petróleo, gás natural, pré-sal