No dia 4 de outubro, em cerimônia marcada pela tradição e pela renovação, o Papa Leão XIV recebeu em audiência os membros da Guarda Suíça Pontifícia e suas famílias. A audiência ocorreu na Sala Clementina, no Vaticano, com a intenção de celebrar o juramento dos novos recrutas, um evento que destaca o compromisso desses jovens com a segurança da Santa Sé.
História da Guarda Suíça Pontifícia
A Guarda Suíça, cuja origem remonta ao século XVI, é uma das instituições mais emblemáticas da Igreja Católica. O juramento dos novos membros, que tradicionalmente acontece em 6 de maio, foi adiado este ano por conta da morte do Papa Francisco, reflexo do vínculo profundo entre a Guarda e a história da Igreja. O evento, em sua essência, remete ao sacrifício de 189 guardas suíços que defenderam o Papa Clemente VII durante o saque de Roma em 1527. Essa história de coragem e lealdade continua a ecoar na missão atual da Guarda, que vai além da proteção, envolvendo também valores de fraternidade e serviço.
Palavras do Papa aos recrutas
Durante sua fala, o Papa expressou sua gratidão pelo serviço leal e dedicado dos guardas. O Pontífice ressaltou que a Guarda Suíça é uma assembléia de jovens provenientes de diferentes partes da Suíça, com suas ricas culturas e tradições. “Vocês são chamados a formar um corpo unido, a criar laços fortes e saudáveis de amizade entre vocês”, destacou Leão XIV. Ele enfatizou a importância da solidariedade e da amizade, essenciais para uma convivência harmônica em um mundo cada vez mais polarizado.
A importância da vivência cristã
O Papa também convidou os recrutas a aproveitarem o tempo que passarão em Roma como uma oportunidade única de crescimento espiritual. “Cultivem a vida interior, em meio ao frenesi da nossa sociedade”, disse, citando Santo Agostinho. Essa recomendação enfatiza a relevância da reflexão e do aprofundamento da fé, especialmente em um ambiente histórico e cultural tão rico como o Vaticano.
Desafios contemporâneos e responsabilidade social
Em sua mensagem, Leão XIV abordou os desafios que a geração atual enfrenta, como questões ambientais, tensões sociais, e a revolução digital. Para ele, essa experiência na Cúria Romana será vital para que os recrutas desenvolvam discernimento e responsabilidade nas suas futuras escolhas. “Seja qual for o caminho que decidirem seguir, tenham em mente que sua vivência aqui será um diferencial importante”, afirmou.
Um apelo à esperança e à missão
O Papa instou os novos recrutas a permanecerem fiéis ao Evangelho e a serem missionários de esperança nas suas interações diárias. “Em um Ano Santo, sejam testemunhas do amor e da solidariedade. A chama da esperança deve iluminar suas vidas e guiá-los em suas contribuições para a sociedade”, exortou Leão XIV. Essa mensagem ressalta a importância da fé não apenas como um atributo pessoal, mas como um chamado à ação e interatividade com o mundo ao redor.
Ao final da audiência, o Papa confiou os novos membros da Guarda Suíça aos cuidados da Virgem Maria e à proteção de seus santos padroeiros, Martinho e Sebastião, uma tradição que reforça a ligação espiritual que permeia a missão desses jovens no serviço à Igreja e à comunidade. O evento foi um marco não apenas para a Guarda Suíça, mas também para todos que acreditam na importância do serviço e da unidade em tempos desafiadores.
A cerimônia de juramento, prestes a acontecer, não é apenas um rito de passagem; é um compromisso renovado com os valores que sustentam a Igreja e a sociedade, lembrando a todos que a verdadeira missão começa no interior de cada um.