Brasil, 3 de outubro de 2025
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Padre Custodio Ballester enfrenta possibilidade de prisão por comentários considerados “islamofóbicos” na Espanha

Padre Custodio Ballester pode pegar até três anos de prisão por alegados comentários islamofóbicos, suscitando debate sobre liberdade de expressão na Espanha

O padre Custodio Ballester aguarda nesta semana a sentença por supostos comentários islamofóbicos feitos em entrevistas e textos publicados. O processo, analisado na Justiça da Espanha, pode culminar com uma sentença de até três anos de prisão e multas, gerando polêmica sobre os limites da liberdade de expressão no país.

Controvérsia judicial e defesa do padre

Questionado sobre a possibilidade de ser condenado, Ballester declarou à CNA que a sua “sobrevivência na liberdade de expressão na Espanha depende do resultado desta sentença”. Ele afirmou ainda que, caso haja condenação, o país estará rumando para um regime semelhante ao cubano, onde “qualquer comentário ou pensamento diferente pode resultar na prisão”, em suas palavras.

O padre e dois colegas, o também sacerdote Jesús Calvo e o jornalista Armando Robles, foram acusados de fazer declarações alegadamente “islamofóbicas” durante uma denúncia feita à Justiça por uma associação de muçulmanos na Espanha. Os questionamentos ocorreram na Justiça provincial de Málaga, em 1º de outubro, onde o trio defendeu suas posições.

Posição do padre e o debate sobre liberdade de expressão

Ballester afirmou que suas declarações “nunca foram discriminatórias ou de ódio”, referindo-se a entrevistas de 2017 e textos escritos anteriormente. “Sou calmo, espero que o resultado seja favorável”, disse ele após deixar a audiência, acrescentando que está preparado para enfrentar possíveis penalidades, inclusive apelar ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos caso seja condenado.

Segundo ele, há uma percepção de que a legislação de delitos de ódio na Espanha é usada de forma seletiva, atendendo mais às demandas contra cristãos do que contra muçulmanos. “A lei de ódio é uma ferramenta para restringir a liberdade de pensamento e expressão, e parece atuar de forma unilateral, só processando cristãos”, afirmou a CNA.

Posicionamentos e críticas ao processo

Ballester também é conhecido por suas opiniões sobre o diálogo inter-religioso, que ele considera “impossível” com o Islamismo, e por denunciar a perseguição de cristãos em países como Nigéria, Síria e Bangladesh. Críticos acusaram-no de “homofobia” por suas posições contrárias à homossexualidade e ao aborto, além de ele próprio criticar a “toleração” da justiça espanhola com esses temas.

Organizações de defesa dos direitos civis, como o grupo Abogados Cristianos, coletaram mais de 28 mil assinaturas pedindo a absolvição de Ballester. Manifestantes em Málaga também protestaram, carregando faixas e petições, enquanto grupos diversos de fé e direitos humanos reforçam a preocupação com supostas violações à liberdade de expressão.

Perspectivas futuras e o impacto na liberdade de expressão

O padre afirmou que, se condenado, recorrerá ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Ele lembra que sua formação militar, nos comandos especiais, o treinou para “obedecer e resistir à adversidade”, o que segundo ele, fortalece sua serenidade diante do julgamento. “Se tudo correr bem, será uma vitória para todos que defendem a liberdade de expressão”, comentou.

A ativista María García, da Observatória da Liberdade Religiosa, criticou o processo, alegando que a questão não se trata apenas de um julgamento contra um padre, mas de uma batalha maior pela liberdade de manifestação de opiniões legítimas, mesmo que conflitantes com a narrativa oficial ou crescente no contexto do islamismo radical. Ela recordou o ataque em uma igreja do sul da Espanha, em que um jihadista matou o sacristão Diego Valencia em janeiro de 2023, questionando: “Quem realmente promove o ódio?”

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