Brasil, 3 de outubro de 2025
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Netflix revela a verdade por trás de The New Force, drama sueco sobre as primeiras policiais

Série retrata a pioneira inclusão de mulheres na polícia sueca dos anos 1950, explorando desafios históricos e sociais dessas profissionais

Lançada em 3 de outubro, The New Force traz para o público uma narrativa fictícia ambientada na Stockholm de 1958, destacando a luta das primeiras policiais mulheres na Suécia. A série retrata detalhes históricos e sociais da época, quando a presença feminina no corpo policial ainda era considerada inovadora e muitas vezes desrespeitada.

A história real das primeiras policiais mulheres na Suécia

De acordo com especialistas, a origem da participação feminina na polícia sueca remonta a 1908, quando Stockholm contratou suas primeiras “polissystre” — mulheres encarregadas de atividades relacionadas a mulheres, crianças e suspeitas femininas. Entre elas, destacaram-se Agda Halldin, Maria Andersson e Erica Ström. Essas pioneiras tinham funções limitadas, muitas vezes provenientes de formações na área de enfermagem ou assistência social.

Segundo o historiador Johan Svensson, da Universidade de Estocolmo, “elaborar as tarefas das primeiras policiais mulheres foi um passo importante, embora a sociedade e a própria força policial ainda as vissem como apoio, não como integrantes plenas do serviço”.

Expansão e reconhecimento do papel feminino na polícia

Ao longo das décadas, a atuação feminina na polícia se expandiu lentamente. Em 1930, suas responsabilidades aumentaram para incluir investigações de delitos sexuais, buscas em residências femininas e participação em interrogatórios de suspeitas, além de outras tarefas relacionadas a casos envolvendo sexualidade e moralidade.

Em 1944, elas passaram a receber treinamento formal nas delegacias e, em 1949, puderam ingressar na academia de polícia, sendo oficialmente reconhecidas como policiais em 1954, com a extinção do título “polissyster”. Apesar do avanço simbólico, suas funções permaneciam restritas, voltadas principalmente a investigação de casos envolvendo mulheres e crianças.

Contexto social e resistência às mudanças

O período retratado na série foi marcado por resistências e estereótipos enraizados. Como explica a pesquisadora Ana López, da Fundação Carlsen, “as mulheres enfrentavam preconceitos sólidos, eram ridicularizadas pela mídia e considerados inferiores pelos colegas homens”. As protagonistas precisavam lidar não só com o trabalho policial, mas também com o machismo vigente na sociedade sueca da década de 1950.

Impacto e legado na atualidade

Hoje, a Suécia é referência na igualdade de gênero nas forças de segurança, resultado de uma trajetória construída ao longo de décadas. A série da Netflix, mesmo sendo ficcional, ressalta esse marco importante na história do país, revelando o esforço de várias gerações por inclusão e reconhecimento.

Segundo a especialista Ingrid Johansson, da Polícia Sueca, “a narrativa ajuda a entender os desafios enfrentados por essas mulheres e a valorizar o caminho percorrido para chegarmos até aqui”.

Perspectivas futuras

A produção gera reflexões sobre o papel da mulher na força policial, incentivando debates sobre igualdade e representationemente na contemporaneidade. A série também reforça a importância de valorizar os processos históricos que muitas vezes ficam à margem da memória coletiva.

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