Brasil, 3 de outubro de 2025
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Mogi das Cruzes e Arujá pedem isenção nos pedágios free flow

A cobrança dos pedágios free flow em Mogi das Cruzes e Arujá gera descontentamento e pedidos de isenção para moradores locais.

Os moradores de Mogi das Cruzes e Arujá se preparam para a cobrança de pedágios no modelo free flow, que começará a valer em novembro nas rodovias Mogi-Dutra (SP-88) e Mogi-Bertioga (SP-98). Essa modalidade de cobrança, que promete modernizar o sistema de pedágios, permite que os motoristas passem pelos pórticos sem necessidade de parar em praças de pedágio, utilizando apenas a placa do veículo ou tags eletrônicas para a cobrança, gerou preocupações e frustrações entre os residentes da região.

Impactos do pedágio free flow nas comunidades

A Mogi-Dutra é a principal via de ligação entre Mogi das Cruzes e Arujá, essencial para os deslocamentos diários de moradores e trabalhadores que usufruem da rodovia para acessar diversos bairros e condomínios. A Secretaria de Parcerias e Investimentos do Estado de São Paulo (SPI) já instalou os pórticos de cobrança, o que intensificou a insatisfação popular. Moradores afirmam que a cobrança é injustificável, especialmente considerando a importância da rodovia para suas vidas diárias.

Os valores previstos para os pedágios são de aproximadamente R$ 2 na Mogi-Dutra e cerca de R$ 7 na Mogi-Bertioga. Contudo, a Concessionária Novo Litoral (CNL) anunciou que motocicletas estarão isentas de cobranças e que os moradores do Distrito do Taboão, em Mogi das Cruzes, também não pagarão taxas no pórtico P2, que se localiza antes de entrar no município.

Situações especiais foram criadas para os moradores que utilizam a Estrada da Pedreira. Haverá um desconto de até 70%, reduzindo o custo da tarifa para aproximadamente R$ 0,60. No entanto, moradores de áreas muito próximas às estradas, que não precisam utilizar a Mogi-Dutra em certos trajetos, sentem-se aliviados, pois não precisarão passar pelos pórticos.

Reações e críticas sobre o pedágio

As reações ao novo sistema de cobrança foram rápidas e contundentes. A autônoma Rose Amaral expressou sua indignação: “Não concordo, assim como muitas pessoas. A rodovia existe há anos e não há justificativas para essa cobrança. Precisamos ser isentos, pois muitos dependem dessa via para trabalhar ou estudar.” Essa opinião reflete o sentimento de descontentamento que se espalhou entre os cidadãos.

A educadora física Adrianny Verçosa, que participou de uma audiência pública, criticou a falta de diálogo entre o governo e a população: “Esperei horas para falar, mas não escutaram nada. Estavam apenas fingindo que ouviam. Pagaremos por toda a obra que não nos foi justificada.”

Prefeitos entram em ação

Diante do crescente descontentamento, as autoridades locais se mobilizaram para buscar soluções. A Prefeita de Mogi das Cruzes, Mara Bertaiolli, afirmou que busca uma conversa com o governo provincial para que todos os moradores da cidade sejam isentos do pagamento. Ela confirmou que, caso a resposta não seja positiva, a administração municipal deverá buscar medidas legais para contestar a implementação dos pedágios.

No mesmo sentido, o Prefeito de Arujá, Luís Camargo, também se manifestou contra a cobrança e entrou com um recurso na Justiça. Ele enfatizou a falta de contrapartidas necessárias para justificar a cobrança e questionou a morosidade nas obras prometidas que deveriam melhorar a infraestrutura da região.

Diálogo e propostas para a população

O advogado especializado em Direito Público, Daniel Lamounier, ressaltou a necessidade de uma consulta pública que envolvesse efetivamente a participação popular. “A cobrança de pedágio representa um aumento na carga tributária, e se não houver compensações, a população deve se manifestar e buscar alternativas legais para contestar essa cobrança”, afirmou.

Em resposta, a SPI defende que o modelo de concessão do Lote Litoral Paulista nasceu de amplos diálogos e audiências públicas. A secretaria afirma que essa concessão inclui investimentos significativos em melhorias de infraestrutura, como pavimentação e iluminação, prometendo benefícios tangíveis para a população ao longo do tempo.

À medida que a data de início da cobrança se aproxima, a tensão entre a população de Mogi das Cruzes e Arujá e o governo estadual continua a crescer, trazendo à tona debates importantes sobre tarifas, isenções e a responsabilidade do governo em tomar decisões que afetam a vida dos cidadãos.

Com o sistema free flow em implementação, só o tempo dirá como este novo modelo afetará a relação entre estradas, governo e os habitantes da região.

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