O senador Romário, ícone do futebol brasileiro, está no centro de uma controvérsia judicial que envolve a venda forçada de sua mansão e outros bens, num leilão avaliado em R$ 10,8 milhões. O leilão inclui três automóveis e uma lancha atribuídos ao ex-jogador. Romário entrou com um recurso judicial para tentar impedir a venda, reforçando sua posição perante a decisão da Justiça do Rio.
Bens em jogo: o que está sendo leiloado
A mansão de Romário, localizada na Lagoa da Tijuca, é uma propriedade imponente. Com 896 m² de construção em um terreno de 1,5 mil m², o local possui piscina e até um campo de futebol, características que atraem a atenção tanto de admiradores do senador quanto de eventuais compradores. O imóvel, no entanto, não foi oficialmente registrado em nome de Romário, apesar de ele residir lá desde 2016, e já ter sido visto em várias publicações nas redes sociais em momentos familiares e de entrevistas. A última proprietária registrada é a advogada Adriana Sorrentino Borges, ex-esposa do jogador Edmundo, que também teve seu nome associado a escândalos no mundo do futebol.
Histórico da propriedade
Adriana adquiriu a mansão em 2013 como parte de um acordo de separação. Romário, por sua vez, comprou a casa de Adriana no final de 2015, mas o imóvel foi posteriormente penhorado pela Justiça devido a dívidas. Antes de chegar até Romário, a propriedade foi comprada em 1996 por Edmundo, que fez o pagamento à imobiliária por aproximadamente R$ 252 mil na época, uma quantia equivalente a R$ 1,4 milhão hoje, corrigida pela inflação.
A trajetória do imóvel é interessante. A propriedade passou por diversos donos ao longo das décadas. Peter Dirk Siemsen, pai do ex-presidente do Fluminense, era um de seus antigos proprietários desde a década de 1980.
Motivos do leilão e a dívida milionária
O leilão de bens de Romário é parte de uma longa batalha judicial que se estende por mais de 20 anos. O senador tornou-se alvo de cobranças milionárias relativas a uma antiga dívida com uma empresa que prestava serviços ao Café do Gol, uma boate da qual Romário era sócio. A casa foi penhorada pela Justiça como parte do processo para quitar essa dívida, que recentemente foi avaliada em R$ 24,3 milhões pelas partes envolvidas. O senador, por meio de seus advogados, alega que as cobranças são desproporcionais.
Nos últimos anos, Romário tem enfrentado dificuldades para lidar com a questão, pois parte de seu patrimônio aparentemente foi ocultada em nome de familiares. Por exemplo, após a compra da mansão, pagamentos de IPTU foram feitos pela irmã do senador, Zoraidi de Souza Faria, através de uma conta da qual Romário tinha procuração.
A defesa de Romário
Diante do iminente leilão, a defesa de Romário manifestou-se, afirmando que um recurso já foi interposto para reverter essa situação. “Cabe destacar que o processo em questão foi iniciado há mais de 20 anos, marcado por cobranças absolutamente desproporcionais e exorbitantes. A defesa de Romário seguirá atuando para que prevaleçam a razoabilidade e a justiça, confiando na reversão desse cenário”, declarou a nota emitida.
Enquanto isso, a população e os fãs do senador acompanham as notícias com atenção, o que poderia influenciar a percepção sobre a imagem pública de Romário e sua história política e pessoal. A situação levanta questões sobre a transparência e as complexidades das finanças pessoais de figuras públicas no Brasil, especialmente aquelas com um passado tão notável como o de um renomado atleta.
O desfecho dessa história ainda é incerto, mas o leilão dos bens de Romário promete ser um assunto amplamente debatido nos próximos dias e promete impactar sua carreira política e imagem pública.