Brasil, 3 de outubro de 2025
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Investigadores de vida selvagem adotam técnicas de CSI para salvar espécies ameaçadas

Especialistas usam métodos de investigação criminal para combater o tráfico e a caça ilegal de animais em todo o mundo

Ao falar na CrimeCon, uma convenção de crimes reais realizada no mês passado em Denver, investigadores de vida selvagem revelaram como investigam crimes contra espécies ameaçadas usando técnicas similares às do CSI para proteger animais em risco de extinção.

Ciência e investigação na proteção de espécies ameaçadas

Ed Newcomer, antigo agente especial do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA, explicou que, embora sua atuação não envolva especificamente abuso animal, muitas ações ilegais resultam do tráfico de espécies. “Nosso objetivo é salvar espécies, e essa é uma missão bastante legal”, afirmou. Ele também é apresentador do podcast “Nature’s Secret Service”, onde entrevista investigadores do setor.

Traficantes tratam animais como mercadoria

Segundo Newcomer, o comércio ilegal movimenta até US$ 20 bilhões anuais, sendo uma das atividades criminosas mais rentáveis. “Traficantes não amam animais, eles os tratam como mercadoria, não como seres vivos”, afirmou. Ele destacou dados alarmantes, como a mortalidade de cerca de 50% dos papagaios traficados do México, submetidos a condições cruéis durante o transporte.

Técnicas de investigação de crimes ambientais

Newcomer relata que, em sua carreira, usou cães farejadores, análise de terrenos e até investigação sob cobertura para descobrir crimes, como a caça ilegal de rinocerontes na Indonésia. Em 2010, ajudou a provar que um rinoceronte javanês havia sido morto por um tiro, com o chifre removido, somente após análise de evidências físicas no local.

Os desafios da investigação

Na sua visão, profissionais precisam ser capazes de entender os mecanismos do tráfico, identificar os agentes envolvidos e comprovar que as ações foram ilícitas. Sua experiência como advogado também ajuda a construir casos sólidos contra traficantes.

Casos de boas práticas na proteção da fauna

Outro exemplo mencionado por Newcomer foi a operação contra criadores ilegais de jacarés na Flórida. Jeff Babauta, ex-oficial da Florida Fish and Wildlife Conservation Commission, revelou que, durante uma operação de vigilância, descobriu que todos os jacarés produzidos ilegalmente eram enviados para fora do estado, ameaçando a recuperação da espécie.

Conscientização e combate ao mercado ilegal

Os investigadores ressaltam que a educação do público é fundamental para reduzir a demanda por produtos ilegais, como conchas de tartarugas ou peles de animais protegidos. Em um caso recente, um casal na Califórnia foi acusado de porte ilegal de partes de espécies protegidas após confissão durante uma conversa com oficiais disfarçados.

O papel do cidadão na preservação

Newcomer reforça que todos podem ajudar, evitando comprar produtos de origem ilegal e informando-se sobre as leis ambientais. “Você contribui para a extinção de espécies ao adquirir esses itens”, destacou.

Para ampliar o impacto das investigações, os agentes usam perguntas estratégicas: quem demanda, quem vende, quem caça ou captura os animais. Suas ações combinam ciência, tecnologia e perseverança para desmantelar redes criminosas e proteger a biodiversidade global.

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