Brasil, 3 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Intoxicação por metanol em São Paulo: alerta de saúde e vítimas

O metanol se torna uma ameaça em SP com a confirmação de mortes e intoxicações.

A crescente preocupação com a intoxicação por metanol em São Paulo se intensifica após a confirmação da primeira morte no Brasil devido a essa substância. O empresário Ricardo Lopes Mira, de 54 anos, faleceu em 16 de setembro, quatro dias após apresentar sintomas graves. Este caso alarmante marca o início de uma série de ocorrências relacionadas ao metanol, um álcool tóxico associado a bebidas adulteradas.

A trajetória da intoxicação por metanol

Ricardo Mira começou a apresentar sintomas preocupantes em 12 de setembro, levando sua família a buscar atendimento médico. Ele foi internado no Hospital Villa Lobos e diagnosticado com severa intoxicação. A Secretaria Estadual da Saúde, em um balanço recente, reportou um total de 102 notificações de intoxicação por metanol, incluindo casos confirmados e em investigação, o que aponta para a gravidade da situação.

As autoridades confirmaram que há 11 casos de intoxicação confirmados e 91 em investigação, com a capital paulista sendo a mais afetada. Os registros se estendem até outros municípios, evidenciando a solicitação urgente de ação para lidar com esta crise de saúde pública. Na Grande São Paulo, cidades como São Bernardo do Campo e Osasco também reportaram casos preocupantes.

O perigo do metanol

O metanol é um álcool que não é destinado ao consumo humano e é utilizado em solventes e produtos químicos. Quando ingerido, pode causar danos extremos ao organismo, afetando o fígado e transformando-se em substâncias tóxicas que afetam a medula espinhal, o cérebro e o nervo óptico, frequentemente resultando em cegueira, coma e até morte.

Com o aumento das intoxicações, ficou evidente que a situação é alarmante, principalmente no que diz respeito ao comércio de bebidas adulteradas. Enquanto as autoridades ainda buscam descobrir a origem das bebidas contaminadas, histórias de vítimas começam a emergir, revelando o impacto devastador dessa crise.

Histórias de vítimas

Vários casos de intoxicação por metanol foram registrados e impactaram profundamente a vida de pessoas em São Paulo. Por exemplo, Rafael Anjos Martins, de 28 anos, está em coma desde 1º de setembro após consumir gin provavelmente adulterado. Ele foi internado com danos severos ao cérebro e nervo óptico, invalidando sua recuperação.

Outra vítima, Radharani Domingos, de 43 anos, perdeu a visão após consumir caipirinhas em um bar na região dos Jardins, um local que foi interditado após a descoberta de bebidas adulteradas. Radharani falou sobre seu sofrimento e a realidade devastadora de não poder enxergar, esperando tratamento contínuo para recuperar sua visão, embora a situação permaneça crítica.

No caso de Bruna Araújo de Souza, de 30 anos, a intoxicação ocorreu após um show em São Bernardo do Campo. Após consumir vodca adulterada, ela desenvolveu sintomas severos que a levaram a ser internada em estado grave, além de afetar seu namorado, que também apresentou sintomas.

As repercussões e resposta das autoridades

As ocorrências de intoxicação por metanol já equivalem a metade da média dos casos relatados anualmente no Brasil. O Ministério da Saúde está em negociações com a OMS para criar uma reserva de antídoto para intoxicação por metanol, um passo importante para enfrentar essa crise.

Além disso, a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de São Paulo convocou medidas para investigar e regularizar o comércio de bebidas alcoólicas, visando proteger a população de crises semelhantes no futuro.

A onda de intoxicação por metanol em São Paulo é um alerta sobre a segurança das bebidas consumidas e a necessidade de fiscalização rigorosa no setor de bebidas alcoólicas. Não apenas as vítimas são números, mas histórias de vida interrompidas e laços familiares desfeitos devido a uma substância tão prejudicial e letal como o metanol.

Com o aumento dos casos e a gravidade da situação, é crucial que a sociedade se mantenha atenta e informada sobre os perigos das bebidas adulteradas.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes