Em um vídeo divulgado nesta semana, Adam Mosseri, CEO do Instagram, abordou uma das dúvidas mais recorrentes sobre a privacidade digital. Ele afirmou categoricamente que a plataforma não utiliza o microfone do telefone para ouvir conversas e direcionar publicidade, esclarecendo um mito frequente entre usuários e especialistas em tecnologia.
Desmistificando o mito da escuta constante
Mosseri iniciou destacando que já teve diversas discussões sobre o tema, inclusive com sua própria esposa. Ele explicou que a implementação de uma escuta contínua seria uma grave violação de privacidade e ilegal na maior parte do mundo. Além disso, ressaltou que a tecnologia tornaria essa prática facilmente detectável, pois drenaria a bateria do telefone e geraria tráfego de dados visível para os servidores da empresa.
“Se o microfone estivesse ativo, uma pequena luz na parte superior do telefone mostraria que ele está ligado”, afirmou o executivo, reforçando que o próprio funcionamento do dispositivo desmentiria essa teoria conspiratória. Segundo Mosseri, as tentativas de escuta constante violariam normas éticas e técnicas, o que torna essa hipótese totalmente inviável na prática.
As razões por trás das ‘coincidências publicitárias’
Apesar de suas declarações, Mosseri oferece explicações lógicas para os usuários que percebem anúncios relacionados a conversas recentes. São quatro fatores que colaboram para que alguém veja um anúncio sobre um tema discutido recentemente, mesmo sem escuta ativa:
- Busca ou interação prévia (o rastro digital): Se a pessoa pesquisou ou clicou em algum produto online, anúncios relacionados podem aparecer posteriormente. A Meta trabalha com anunciantes que compartilham informações sobre visitantes em seus sites.
- Influência social e perfis semelhantes: Algoritmos preditivos mostram anúncios com base no interesse de amigos ou de pessoas com perfis semelhantes, aumentando a chance de exibir algo relacionado às conversas.
- Exposição inconsciente (memória subliminar): Pode acontecer de o usuário ver o anúncio antes de conversar sobre o assunto sem perceber, internalizando a informação que posteriormente influencia suas falas.
- Simples acaso: Muitas coincidências podem ocorrer ao acaso, sem qualquer ligação com escuta ou coleta de dados.
Mosseri pontuou que, mesmo para quemDesconfia, essas razões explicam de forma lógica a aparente conexão entre o conteúdo dos anúncios e conversas recentes, sem precisar de escuta ativa.
Impacto e considerações finais
Ao reforçar que o microfone do telefone não é utilizado para ouvir conversas, o CEO do Instagram reconhece que desmistificar esse tema é desafiador. Ele admitiu que, para muitos usuários, a dúvida persiste, mesmo diante de explicações técnicas e éticas. O tema gera debates constantes sobre privacidade e o funcionamento das plataformas digitais na atualidade.
Para mais detalhes, leia a reportagem completa no O Globo.