Brasil, 3 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Governo recua na tributação de títulos isentos em MP de reformas fiscais

Secretário de Reformas Econômicas afirma que o governo deve ceder na taxação de LCI e LCA, negociando até a próxima semana na MP 1.303

O secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, afirmou nesta sexta-feira (3/10) que o governo federal vai recuar em pontos importantes da medida provisória que altera a tributação de ativos financeiros. A previsão é encerrar as negociações até a próxima quarta-feira (8/10).

Redução da tributação sobre LCI e LCA

Segundo Pinto, o governo está próximo de um acordo com o Congresso Nacional para modificar a MP 1.303/2025, inicialmente criada como alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Um dos principais pontos de resistência é a taxação de títulos isentos, como a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA).

“Há uma resistência forte no Congresso a essa tributação. Os setores beneficiados, como o agrícola e o imobiliário, estão dificultando. É muito provável que a gente tenha que ceder nesse ponto, em boa parte da tributação que estamos propondo”, afirmou Marcos Pinto ao programa Em Ponto, da GloboNews.

Principais mudanças propostas na MP 1.303

A MP prevê:

  • Cobrar uma alíquota de 5% sobre novas emissões de títulos que hoje são isentos de Imposto de Renda, como LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures incentivadas;
  • Unificar em 17,5% a alíquota do Imposto de Renda sobre rendimentos de aplicações financeiras, independentemente do período de investimento;
  • Ajustar a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), que passaria a variar entre 15% e 20% para instituições financeiras, eliminando a alíquota reduzida de 9% para fintechs;
  • Aumentar a tributação da receita líquida (GGR) de 12% para 18%, além de tributar criptoativos;
  • Incluir o conceito de “Pé-de-Meia” no piso constitucional da educação;
  • Alterar regras do Atestmed;
  • Definir dotação orçamentária para a compensação financeira entre o Regime Geral de Previdência Social e os regimes dos servidores públicos;
  • Atualizar critérios de acesso e sujeição à dotação do Seguro Defeso.

De acordo com o Ministério da Fazenda, a isenção de títulos como LCI e LCA resulta em uma renúncia fiscal de aproximadamente R$ 40 bilhões ao ano, valor equivalente ao gasto com seguro-desemprego.

Perspectivas futuras e impacto fiscal

Marcos Pinto destacou que o resultado final da MP 1.303 deve contribuir para o equilíbrio das contas públicas em 2025, com a meta de déficit zero, permitindo rombos de até R$ 30,9 bilhões. Além da tributação de títulos, o governo também revisa despesas públicas e outras medidas de arrecadação.

As negociações continuam na tentativa de evitar que a MP perca sua eficácia, prevista para ocorrer na próxima quarta-feira (8/10), caso não seja votada e aprovada até lá.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes