Brasil, 3 de outubro de 2025
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Governo proíbe beneficiários de programas sociais de apostarem em bets

Medidas visam evitar que pessoas em situação de vulnerabilidade financeira se envolvam em apostas online e agravem o vício

O governo federal anunciou nesta semana uma nova restrição que impede beneficiários de programas sociais de fazerem apostas em plataformas digitais, como as bets esportivas, após denúncias de aumento no risco de dependência e prejuízos financeiros. A medida busca proteger populações mais vulneráveis de se envolverem em jogos de azar que podem levar ao endividamento e ao comprometimento da saúde mental.

Limites para jogadores ligados a programas sociais

De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a nova regulamentação veta que beneficiários do Bolsa Família, Auxílio Brasil e outros programas assistenciais tenham acesso a sites de apostas. A iniciativa entra em vigor após estudos que indicam que cerca de 11 milhões de brasileiros já apresentam risco de problemas físicos, mentais e financeiros relacionados ao uso excessivo dessas plataformas.

Segundo o relatório da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a popularização das apostas online desde 2018 — ano em que foram regulamentadas as plataformas digitais no Brasil — agravou o quadro de dependência, especialmente entre indivíduos de baixa renda. Especialistas alertam que o acesso facilitado e as estratégias de engajamento das plataformas aumentaram a incidência de jogos problemáticos.

Impacto social e medidas de proteção

O combate ao vício em apostas vem ganhando forte atenção na política pública. A restrição ao uso por parte de beneficiários de programas sociais é uma das ações adotadas para minimizar os prejuízos financeiros e as complicações emocionais, como ocorre com o jovem Antônio, que perdeu aproximadamente R$ 53 mil e atualmente conta com o apoio de um familiar para controlar suas finanças.

“A proibição ajuda a evitar que pessoas vulneráveis, como as em situação de baixa renda, caiam ainda mais em um ciclo de dependência. Queremos proteger quem mais precisa”, afirmou o ministro da Justiça, em nota oficial.

Desafios e perspectivas

Especialistas em saúde mental ressaltam que a dependência de jogos de azar é uma doença reconhecida pela Organização Mundial da Saúde, que requer ações integradas entre governo, saúde e sociedade. Além da proibição, eles defendem campanhas educativas, reforço em grupos de apoio como os de Jogadores Anônimos e a criação de serviços públicos de atendimento psicológico permanentes, 24 horas por dia.

Rodrigo Machado, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, destaca a importância de políticas que regulem essas plataformas e a necessidade de oferecer alternativas de autoexclusão gratuitas, similares às que existem em outros países, como Reino Unido e Noruega.

Desafios adicionais na prevenção do vício

Dados do setor indicam que o número de empresas de apostas online no Brasil cresceu 153% entre 2022 e 2024, atingindo mais de 2,1 mil registros. Isso aponta para uma expansão rápida das plataformas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde a vulnerabilidade social é maior e a participação em jogos de azar se intensifica.

Rafael Santos, de 42 anos, é um exemplo dessa realidade. Enredado pelo vício, ele estima ter perdido mais de R$ 150 mil, incluindo dívidas altas e problemas emocionais severos. “Fico pensando que parece que as coisas não terão mais solução”, relata, ao compartilhar seu drama em vídeos no YouTube, na tentativa de ajudar outros a evitarem o mesmo caminho.

Prevenção e assistência à saúde mental

Para quem enfrenta esse problema, especialistas recomendam procurar ajuda de profissionais qualificados, grupos de apoio e a utilização de aplicativos de bloqueio de sites de apostas. Além disso, o apoio familiar e o monitoramento financeiro são essenciais para evitar que o vício se agrave. Políticas públicas também devem avançar, com a criação de plataformas de suporte e regras mais restritivas ao marketing de apostas, especialmente nas redes sociais e com o uso de celebridades.

O combate ao vício em apostas online exige uma colaboração entre governo, sociedade civil e setor privado, visando uma proteção mais efetiva à saúde mental dos brasileiros mais vulneráveis.

Para mais informações e ajuda, acesse o artigo completo no G1.

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