Brasil, 3 de outubro de 2025
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Debate sobre ativos garantidores dos planos de saúde gera polêmica na ANS

Proposta de substituir ativos garantidores por precatórios do governo federal causa resistência de entidades e preocupa o setor

A discussão sobre a substituição dos ativos garantidores das operadoras de planos de saúde por títulos precatórios do governo federal virou polêmica na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A proposta, marcada para votação nesta segunda-feira, dia 6, foi criticada por entidades que alertam para riscos à estabilidade do setor.

Rejeição à proposta de substituição por precatórios

Segundo a Associação dos Servidores e Demais Trabalhadores da ANS (Assetans), o tema deveria passar por uma avaliação técnica antes de ser levado à discussão pública. Em carta enviada aos diretores nesta quinta-feira, a entidade defende que o debate seja realizado com o conhecimento do corpo técnico especializado na matéria.

Impasse técnico e impacto na sustentabilidade do setor

Embora a proposta pareça técnica, ela envolve ativos garantidores essenciais para a manutenção do equilíbrio financeiro das operadoras de planos de saúde. Esses ativos garantem o pagamento de despesas e protegem o consumidor em caso de insolvência da operadora. Mudanças nesse modelo podem afetar a segurança do setor e impactar a imagem da saúde suplementar.

Precatórios federais e riscos associados

Apesar de serem considerados de risco menor em comparação com precatórios estaduais ou municipais, os precatórios federais apresentam grande incerteza para 2025. O cenário atual é influenciado pelo contexto macroeconômico e por sucessivas mudanças nas regras de pagamento realizadas pelo Poder Público. Além disso, o deságio (diferença entre o valor de face do precatório e o valor negociado no mercado secundário) atingiu entre 30% e 60%, elevando a controversa questão do registro pelo valor de face.

Preocupações e posição do corpo técnico da ANS

Especialistas alertam que precatórios não possuem registros eletrônicos confiáveis, como CETIP, SELIC ou CBLC, o que dificulta a negociação e a liquidação eficiente. Além disso, os rendimentos desses títulos não têm o papel de garantia semelhante ao de aplicações financeiras tradicionais, o que reforça a insegurança do modelo proposto.

Declarações de representantes da ANS

O diretor de Normas e Habilitação das Operadoras, Jorge Aquino, defende a proposta como uma medida prudencial e afirma que a discussão pública é importante para o aprimoramento das regras. “Na sociedade democrática, nenhum tema deve ser silenciado. Se a proposta for rejeitada, tudo bem, mas o debate deve acontecer”, declarou Aquino durante entrevista.

Reações e expectativas

Servidores e entidades de defesa do setor manifestam preocupação com a avaliação precipitada do tema. Em carta formal, a Assetans reforça que a proposta deve ser avaliada inicialmente pelo corpo técnico da ANS, para evitar riscos à imagem institucional e garantir uma regulação sustentável.

Até o momento, não há decisão definitiva, e a reunião da diretoria colegiada está prevista para ocorrer na próxima segunda-feira. A expectativa é que o tema seja reavaliado com maior profundidade antes de avançar na pauta.

Mais detalhes sobre o debate podem ser acompanhados no site do Globo.

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