Brasil, 3 de outubro de 2025
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David Solomon, CEO do Goldman Sachs, prevê correção nos mercados

David Solomon alertou que os mercados podem enfrentar uma correção após a euforia impulsionada por inovações em inteligência artificial.

No último evento da Italian Tech Week, realizado em Turim, Itália, David Solomon, executivo-chefe do Goldman Sachs, fez uma previsão preocupante para os mercados financeiros. Segundo ele, após um período de alta impulsionado por uma onda de inovações em inteligência artificial (IA), é provável que os mercados enfrentem uma “correção” nos próximos anos. A afirmação de Solomon reflete uma preocupação com a possibilidade de que a atual euforia do mercado, similar à bolha das empresas de internet no final dos anos 90, possa não ser sustentável.

O fenômeno cíclico dos mercados

Durante o evento, Solomon lembrou que os mercados tendem a passar por ciclos. Ele ressaltou que, historicamente, quando há um acelerado desenvolvimento de novas tecnologias, como ocorreu no caso da internet, os mercados frequentemente superam as expectativas iniciais. “Sempre que temos uma aceleração significativa em uma nova tecnologia que gera muita formação de capital e, consequentemente, a criação de várias novas empresas, geralmente vemos o mercado antecipar o potencial real”, afirmou.

O CEO do Goldman Sachs denominou que é natural haver “vencedores e perdedores” nesse processo. Com a recente adoção de tecnologias de IA, ele acredita que nos próximos 12 a 24 meses poderemos ver uma “desvalorização” em relação aos mercados de ações, à medida que o capital investido não gere os retornos esperados. Essa possibilidade representa um alto risco para os investidores.

A euforia em torno da inteligência artificial

A onda de entusiasmo pela IA elevou os índices do mercado a recordes históricos. Empresas como Microsoft, Alphabet e Nvidia viram seus valores dispararem, atraindo investimentos significativos. Entretanto, Solomon demonstrou cautela ao afirmar que os investidores, motivados pelo potencial promissor da tecnologia, podem desconsiderar os riscos associados. “Quando os investidores estão animados, tendem a se concentrar apenas nas boas possibilidades, ignorando os aspectos negativos que podem ocorrer”, disse.

O eco de preocupações no setor

As preocupações de Solomon não são isoladas. Jeff Bezos, fundador da Amazon, também compartilhou no evento a percepção de que a atual empolgação com a IA se assemelha a uma “bolha industrial”. Leon Cooperman, um investidor experiente, mencionou que atualmente estamos nos “últimos momentos de um mercado em alta” — uma fase em que bolhas costumam se formar, conforme alertado anteriormente por Warren Buffett.

Karim Moussalem, diretor de investimentos da Selwood Asset Management, também criticou a situação, afirmando que a negociação em torno da IA está começando a se assemelhar a uma das grandes manias especulativas da história do mercado. Para ele, isso apresenta “enormes riscos” para a sustentabilidade da atual valorização.

Uma visão equilibrada do futuro

Apesar de suas previsões sombrias, Solomon mantém uma perspectiva otimista em relação à evolução da inteligência artificial. Ele enfatizou que, embora a correção possa ser uma realidade, a tecnologia continua a expandir-se e novas oportunidades estão surgindo. “Eu durmo muito bem. Não vou para a cama todas as noites preocupado com o que acontecerá a seguir. O que é realmente empolgante é que essa tecnologia está se expandindo, novas empresas estão sendo formadas, e seu potencial na esfera empresarial pode ser extremamente poderoso”, concluiu.

À medida que o mercado financeiro continua a navegar por incertezas e potenciais desafios, os investidores devem permanecer atentos e preparados para uma possível reavaliação de suas estratégias. A mensagem de Solomon serve como um lembrete de que a cautela é essencial em tempos de otimismo desenfreado.

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