Brasil, 3 de outubro de 2025
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Corte inédito de água para agricultores em Washington

Estado enfrenta a pior seca em mais de 30 anos, levando a um racionamento de água sem precedentes para a agricultura.

A situação de seca na região leste da Cordilheira das Cascatas, em Washington, atingiu níveis alarmantes, forçando os oficiais estaduais a implementar cortes drásticos no fornecimento de água para agricultores e pecuaristas — uma medida sem precedentes. Os reservatórios na Bacia do Rio Yakima devem secar no início da próxima semana, deixando os responsáveis pela gestão hídrica da área em alerta máximo.

A crise hídrica e suas consequências

Com a seca se agravando, a Washington Department of Ecology anunciou que o uso de água superficial, que inclui a retirada de água de rios, riachos e reservatórios, será interrompido a partir da próxima segunda-feira até o final do mês. Essa decisão tem como objetivo preservar o pouco recurso restante para a sobrevivência das espécies aquáticas e para os detentores antigos de direitos de água na vasta bacia de 6.100 milhas quadradas.

“Não vivíamos uma seca assim há mais de 30 anos”, declara Ria Berns, gerente do programa de Recursos Hídricos da Ecology, em um comunicado. O impacto dessa medida afetará mais de 1.500 titulares de direitos de água, que enfrentarão escassez neste ano. Os agricultores e pecuaristas dependem da água superficial para irrigação, embora alguns também tenham o direito de usar água subterrânea, que, no entanto, está se esgotando em todo o Oeste Americano.

Os efeitos diretos nas lavouras

Este cenário se agrava para muitos agricultores e irrigadores que começaram o ano enfrentando terras secas e perceberam a contínua queda em suas previsões de fornecimento de água. Com os reservatórios alcançando níveis históricos de baixa, os titulares de direitos de água receberam apenas uma fração do que esperavam, resultando em safras reduzidas e variedade de cultivos encolhida.

De acordo com o U.S. Drought Monitor, atualmente, todo o estado de Washington enfrenta condições de seca, com mais de um quarto da área classificada como seca extrema. Os encargos administrativos do estado também declaram que este é o terceiro estado de emergência hídrica consecutivo desde o início do verão, expandindo a área afetada em junho.

Esses cortes são considerados essenciais para conservar a água para a vida aquática e para os titulares de direitos de água que estão no fim da fila, explica Berns.

A preocupação dos irrigadores

O Distrito de Irrigação de Sunnyside, que abrange 100.000 acres, iniciará seu fechamento no domingo, encurtando sua temporada em quase duas semanas. O gerente do distrito, David Felman, afirma que este é um dos piores anos de seca já vivenciados. “As safras sofreram devido à falta de água ao longo do ano. Perder a irrigação no final da temporada significa que as culturas perenes terão dificuldades para sobreviver ao inverno e na próxima temporada”, acrescenta Felman.

Com a repetição de secas severas, as fazendas têm enfrentado um estresse crescente. “As condições não são sustentáveis e a região árida precisará de uma quantidade significativa de neve e chuva para se recuperar”, conclui.

Expectativas para o futuro

Por outro lado, o impacto dos cortes será menor para o Distrito de Irrigação de Roza, já que os agricultores da área ficaram sem água no mês passado. O gerente Scott Revell compartilha que a seca reduziu sua temporada em um mês inteiro. Ele relata que, mesmo tendo implementado múltiplas estratégias e economizado água, o distrito ainda assim se esgotou. “Este é o pior ano da minha carreira, posso afirmar”, diz Revell.

A expectativa é de que a bacia necessite de condições muito melhores de precipitação durante o inverno para que possa se recuperar dos efeitos devastadores da seca. Contudo, as previsões meteorológicas não são alentadoras, uma vez que os hidrologistas alertam que a região poderá enfrentar secas de neve em quatro anos a cada década nos próximos tempos. “Eu ficaria feliz com até 70% ou 80% do meu fornecimento regular de água, comparado com os 40% atuais, isso já seria um alívio”, finaliza Revell.

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