Nesta sexta-feira (3), o Bitcoin atingiu aproximadamente US$ 119.909, impulsionado pelo contexto de incerteza gerado pela paralisação do governo dos Estados Unidos iniciada no começo de outubro. A criptomoeda apresentou variações intradiárias entre US$ 118.677 e US$ 123.083, com ganhos de até 2,68% ao longo do dia, um movimento que reforça a forte valorização de outubro, conhecida como “Uptober”.
Influência do shutdown e fatores sazonais no aumento do Bitcoin
De acordo com o economista Leonardo Ramos, o impacto do shutdown é evidente: “Com a ausência de dados econômicos essenciais, como o relatório de empregos de setembro e o CPI, os investidores buscam ativos alternativos e seguros, como o Bitcoin”. Segundo Ramos, essa busca por segurança faz o ativo digital funcionar como um porto seguro, especialmente diante de uma expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve.
Além disso, a paralisação do governo gerou um vácuo de confiança nos mercados tradicionais, levando a fluxos de capital para o Bitcoin, que recebeu US$ 676 milhões em entradas nos ETFs de Bitcoin apenas na última quarta-feira. O fenômeno sazonal conhecido como “Uptober” também reforça essa tendência, uma vez que historicamente o mês apresenta ganhos médios de 14% desde 2013.
Contexto econômico e expectativas do mercado
A expectativa de uma possível redução na taxa de juros do Federal Reserve, que poderia ocorrer em 25 pontos-base em outubro, tem contribuído para a queda do dólar e valorização de ativos de risco, incluindo o criptomoeda. Durante o período, o índice de medo e ganância das criptomoedas subiu para 57, indicando maior otimismo entre os investidores, enquanto os volumes de negociação aumentaram.
Por que investidores recorrem ao Bitcoin em momentos de crise?
Especialistas destacam que o Bitcoin é considerado uma opção de proteção contra inflação e instabilidade econômica, devido à sua escassez e caráter descentralizado. Assim como o ouro, atua como hedge em momentos de crise, além de oferecer diversificação de portfólio devido à baixa correlação com mercados tradicionais, como ações e títulos.
Também há a questão da independência de sistemas tradicionais: o Bitcoin permite transferências rápidas e seguras sem intermediários, o que se torna especialmente relevante em contextos de instabilidade financeira ou controle de capitais.
Ramos reforça a importância de monitorar riscos, mesmo com o crescimento da criptomoeda: “Embora o ‘Uptober’ e o shutdown tenham impulsionado o Bitcoin temporariamente, uma paralisação prolongada pode gerar volatilidade e correções negativas se os dados econômicos divulgados posteriormente forem negativos”.
Esse movimento responde ao aumento de liquidez e à confiança institucional, reforçada por indicadores históricos e pelo comportamento de mercado, que demonstram a preferência por ativos de refúgio em tempos de incerteza.
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