Entre os dias 29 de setembro e 3 de outubro de 2025, a Pontifícia Comissão para a Tutela de Menores realizou sua assembleia plenária de outono em Cracóvia, Polônia. O evento, que contou com a presença de especialistas e representantes globais, teve como objetivo discutir estratégias para a proteção de menores, destacando a importância de ouvir as vítimas e criar mecanismos de responsabilidade dentro da Igreja.
Um novo começo sob a liderança do arcebispo Verny
Iniciada com uma fervorosa reflexão, a assembleia marcou a primeira aparição do novo presidente, arcebispo Thibault Verny, que é pastor de Chambéry, na França. Em seu discurso inaugural, o arcebispo enfatizou a necessidade de um compromisso renovado com a proteção, definindo-a como um componente vital da identidade e missão da Igreja. Entre os objetivos delineados, ele propôs a promoção de uma cultura universal de proteção e o fortalecimento de diálogos com instituições civis.
Ouvir as vítimas e promover a transparência
Dom Verny fez um chamado claro para a importância de ouvir as vítimas. Ele ressaltou que o progresso no campo da proteção de menores depende dessa escuta ativa e da promoção da transparência nas ações da Igreja. “É essencial agir com coragem e compaixão, especialmente quando se trata de lidar com os desafios urgentes relacionados à proteção”, afirmou o arcebispo durante suas falas.
A importância da colaboração internacional
O arcebispo não hesitou em reconhecer que países do Sul global têm avançado em práticas de tutela em comparação com alguns do Norte. “A Igreja deve ser parte integrante da sociedade e, para isso, devemos aprender com as experiências uns dos outros”, comentou, destacando a relevância do aprendizado mútuo entre regiões.
Prevenindo a complacência e a fadiga
Durante a assembleia, a questão da complacência e da fadiga em relação à proteção de menores foi uma preocupação central. O arcebispo Verny alertou que não se deve acreditar que a mera publicação de diretrizes e a criação de escritórios garantem segurança. “Estamos diversos riscos de novos abusos e precisamos manter a vigilância constante”, enfatizou.
Projetos-piloto e diretrizes universais
Um dos principais tópicos abordados foi a apresentação de resultados de projetos-piloto realizados no Zimbábue, Tonga, Polônia e Costa Rica. Esses projetos foram fundamentais para o desenvolvimento das Diretrizes Universais de Proteção, que estão em fase final de redação e em breve serão apresentadas ao Papa. Os participantes da assembleia discutiram também como integrar as reflexões teológicas e canônicas nesse processo.
Envolvendo vítimas no processo de justiça
A Comissão reafirmou seu compromisso com as vítimas, buscando aprimorar os protocolos de assistência e formação. Um debate foi realizado sobre a importância de abordagens centradas nas pessoas que sofreram abuso, com o intuito de integrar suas experiências em todos os aspectos do trabalho da Comissão. Essa ênfase no envolvimento das vítimas é um passo crítico na busca por justiça e recuperação.
Relatório Anual e a iniciativa Memorare
Outro ponto de destaque foi a apresentação do segundo Relatório Anual sobre as Políticas e Procedimentos da Igreja para a Tutela, que será publicado em cinco idiomas no dia 16 de outubro. Este documento se concentrará na justiça restaurativa e estratégias de reabilitação fundamentadas nos princípios teológicos de verdade, justiça e reparação. Além disso, a assembleia também revisou a iniciativa “Memorare”, que visa fortalecer as capacidades de tutela local.
Conclusão: passos para um futuro seguro
Encerrando a assembleia, um encontro com bispos da Conferência Episcopal Polonesa buscou fortalecer a missão da Comissão de acompanhar as Igrejas locais. A necessidade de um olhar atento e uma ação colaborativa continua a ser essencial para garantir a proteção e bem-estar das crianças e jovens sob a orientação da Igreja. A assembleia em Cracóvia marcará o início de uma nova fase de compromisso e ação decisiva na proteção dos menores.
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