Brasil, 3 de outubro de 2025
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Apple remove aplicativos de alerta para imigrantes a pedido de Trump

Apple retirou o ICEBlock da App Store após pedido de Trump, gerando preocupações entre imigrantes nos EUA.

Em uma ação controversa, a Apple decidiu remover o ICEBlock, aplicativo amplamente utilizado por imigrantes para monitorar a presença de agentes do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE) dos Estados Unidos. A medida foi tomada após um pedido do presidente Donald Trump, e anunciada pela empresa na quinta-feira (2/10). O ICEBlock era vital para que os usuários conseguissem se precaver e evitar detenções indesejadas.

A importância do ICEBlock para imigrantes

O ICEBlock era mais do que apenas um aplicativo; ele representava uma ferramenta de segurança para muitos imigrantes que vivem com o medo constante de serem alvos de ações de imigração. O aplicativo avisava os usuários sobre a localização de agentes do ICE, permitindo que eles se retirassem de áreas de risco. Para muitos, essa tecnologia é uma rede de segurança em um ambiente onde a deportação é uma realidade assustadora.

Reação da comunidade imigrante

A decisão da Apple gerou um clamor entre defensores dos direitos dos imigrantes e pessoas que utilizavam o aplicativo. Organizações que trabalham em prol dos direitos humanos expressaram sua indignação, afirmando que a remoção do ICEBlock coloca os imigrantes em situação de vulnerabilidade ainda maior. Uma porta-voz de uma dessas organizações declarou: “Essa ação não apenas compromete a segurança individual dos imigrantes, mas também ignora o histórico de agressões que eles frequentemente enfrentam.”

Justificativa do governo Trump

O governo Trump justificou a remoção do aplicativo afirmando que a sua presença representa um risco à segurança dos agentes do ICE. Pam Bondi, advogada-geral da Casa Branca, foi uma das vozes que argumentou que o ICEBlock poderia colocar os agentes em perigo ao facilitar que imigrantes escapassem de ações de fiscalização. “O ICEBlock foi concebido para colocar agentes do ICE em risco por apenas fazerem seu trabalho”, declarou Bondi.

Incidentes que motivaram a ação

A preocupação do governo se intensificou após um incidente trágico em setembro, quando um tiroteio em uma instalação do ICE no Texas resultou na morte de dois imigrantes e feriu um terceiro. Documentos indicam que o atirador usou aplicativos semelhantes ao ICEBlock antes do ataque, o que levou as autoridades a crer que tais ferramentas podem ser utilizadas para preparar ações contra os agentes.

O crescimento das deportações

Além da remoção do aplicativo, um ponto relevante a ser destacado é o aumento significativo de deportações de brasileiros nos EUA. Em 2025, o número de deportações atingiu um recorde de 2.268 até o início de outubro, marcando um aumento de 37% em relação ao total de 2024. Esses dados alarmantes foram confirmados pela Polícia Federal e pelo ministério brasileiro dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Com os Estados Unidos se mantendo como o principal destino de imigrantes brasileiros, muitos se sentem cada vez mais expostos a riscos sem a proteção de ferramentas como o ICEBlock. Especialistas alertam que, sem medidas de proteção, a comunidade imigrante poderá enfrentar um clima de medo e insegurança ainda mais acentuado.

Consequências futuras

A consequência desse ato da Apple vai além da simples remoção do aplicativo; ele está inserida em um contexto mais amplo de políticas de imigração e da dinâmica entre tecnologia e direitos humanos. Enquanto a Apple e o governo dos EUA se justificam, a realidade dos imigrantes continua a ser marcada pela incerteza e pelo medo.

Num momento em que a tecnologia pode ser usada para oferecer proteção e segurança, a decisão da Apple levanta questões importantes sobre a responsabilidade das empresas de tecnologia em contextos de direitos humanos. A pressão contínua sobre essas corporações poderá ser fundamental para reverter decisões que afetam diretamente a vida de milhares de pessoas.

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