A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou na última quarta-feira (03) uma significativa mudança na estrutura da Copa do Brasil: a partir de 2026, a final do torneio será disputada em um jogo único, em um campo neutro. A decisão gerou polêmica, especialmente entre comentaristas e torcedores que vêem a medida como um retrocesso. A jornalista Ana Thaís Matos, do Grupo Globo, foi uma das principais vozes contra essa alteração, chamando a nova regra de “elitista”.
A crítica de Ana Thaís
No programa Seleção SporTV, Ana Thaís expressou sua indignação. “Sou muito contra (a final da Copa do Brasil em jogo único). Primeiro, teremos uma geração de torcedores que não terá a oportunidade de ver seu time em uma final de Copa do Brasil como mandante e visitante. Se der sorte, será o campo do seu time, se não, não”, afirmou.
A comentarista foi além e argumentou que essa mudança contraria a essência da competição, que sempre teve apelo popular. “Diante da realidade atual, precisava mudar. Mas acredito que a final única abala um pouco a razão da Copa do Brasil. Times de outras divisões jogam, mas, quando afunila, sobram os mesmos times que geralmente sobram na Libertadores, que já é decidida em jogo único”, completou.
O impacto da decisão
A nova regra da CBF provavelmente terá um impacto direto na relação dos torcedores com o torneio. Para muitos, a emoção de um jogo de volta, onde cada um dos clubes pode jogar em casa, proporciona uma vivência completamente diferente. “Isso é muito elitista, pois tira o seu povo de assistir a final do seu time”, lamentou Ana Thaís, ecoando a preocupação de muitos fãs que temem perder a essência do futebol.
Mudanças na estrutura da Copa do Brasil
Além da alteração na final, a CBF anunciou outras mudanças significativas para a Copa do Brasil. A próxima edição contará com 126 equipes, entre as quais 20 serão da Série A, que entrarão no torneio apenas a partir da quinta fase. O formato de confrontos em dois jogos será mantido apenas nas fases iniciais: quinta fase, oitavas de final, quartas e semifinais.
Essas alterações indicam uma tentativa da CBF de modernizar o torneio e talvez aumentar a audiência, mas suscitou discussões sobre como isso pode afetar o acesso e a participação de clubes menores. O medo é que o futebol fique ainda mais desconectado de suas raízes populares, em um país onde a paixão pelo esporte transcende muito mais do que apenas o resultado em campo.
A expectativa para o torneio atual
Na atual edição da Copa do Brasil, que ainda será decidida em dois jogos, os times Corinthians e Cruzeiro se enfrentam em uma das semifinais, enquanto Fluminense e Vasco lutam pela outra vaga na final. A competição continuará até dezembro, após o encerramento do Campeonato Brasileiro, e muitos torcedores ainda esperam ver seus times em campo, em um formato familiar que, mesmo com suas limitações, ainda preserva a expectativa da torcida.
A discussão em torno da nova regra da CBF vai além da mera formalidade. Neste sentido, o debate sobre o futebol deve ser mantido, assim como a luta por um esporte que seja mais inclusivo e, principalmente, próximo das raízes e da paixão do povo brasileiro.