As autoridades americanas podem realizar ações de imigração durante o Super Bowl do próximo ano, alertou um funcionário do governo Trump nesta quarta-feira. Essa declaração surgiu após o anúncio de que o famoso artista porto-riquenho Bad Bunny será a atração principal do show do intervalo, programado para o dia 8 de fevereiro na Califórnia. A nova repressão à imigração implementada pelo governo Trump visa deportar milhões de imigrantes indocumentados vivendo nos Estados Unidos.
Consequências da repressão à imigração
Corey Lewandowski, assessor da Secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, fez declarações contundentes em um podcast com o influenciador conservador Benny Johnson. Ele afirmou: “Não há lugar seguro para aqueles que estão ilegalmente neste país. Nem no Super Bowl, nem em qualquer outro lugar. Nós os encontraremos. Nós os prenderemos. Nós os deteremos e os deportaremos.” Essas palavras refletem a postura agressiva do governo em relação à imigração, que tem sido um tema central nas políticas da administração Trump.
Essas declarações geraram preocupação, especialmente para artistas como Bad Bunny, que, em recente entrevista, informou que sua turnê mundial não incluiria shows nos Estados Unidos devido ao risco elevado de operações de imigração durante os eventos.
Bad Bunny no Super Bowl: uma escolha controversa
“Se há imigrantes ilegais, não me importa se é um show do Johnny Smith, do Bad Bunny ou de qualquer outro. Vamos aplicar a lei em todos os lugares para garantir a segurança dos americanos”, afirmou Lewandowski. As críticas à escolha de Bad Bunny como a estrela do intervalo do Super Bowl refletem um clima de polarização política nos Estados Unidos. O evento possui um grande alcance, atraindo mais de 100 milhões de telespectadores, o que torna as declarações de Lewandowski ainda mais impactantes.
O rapper Bad Bunny, cuja influência musical transcende fronteiras, tem sido alvo de críticas por seus apoiadores nas políticas conservadoras. Lewandowski comentou que é “vergonhoso” que um artista que “parece odiar tanto os Estados Unidos” tenha sido escolhido para se apresentar no evento.
Reação ao show e ao artista
Influenciadores do movimento Trump MAGA (“Make America Great Again”) criticaram a NFL pela escolha de Bad Bunny, que canta exclusivamente em espanhol e é alvo de ataques por adotar uma postura “woke” em seu trabalho. O rapper, que se posiciona como apoio aos direitos LGBTQIA+ e se opõe à transfobia, tem enfrentado reações intensas devido ao seu estilo de vida e às suas escolhas pessoais. Para muitos dos seus críticos, a aparência e a expressão de gênero de Bad Bunny, que desafiam normas tradicionais, são vistas como “demoníacas”.
Bad Bunny, cujo nome verdadeiro é Benito Antonio Martínez Ocasio, é também conhecido por seu apoio à democrata Kamala Harris na corrida presidencial contra Trump em 2024. Este contexto político aumenta a tensão em torno da sua apresentação no Super Bowl e gera debates entre os apoiadores e opositores de sua arte e sua mensagem.
Recentemente, o artista completou uma turnê em Porto Rico, que atraiu mais de meio milhão de fãs e cimentou sua posição como um dos artistas mais relevantes da atualidade. Na próxima semana, ele fará uma participação no programa de comédia americana Saturday Night Live (SNL), o que promete ampliar ainda mais sua visibilidade e relevância cultural.
A escolha de Bad Bunny para o Super Bowl não é apenas sobre entretenimento; é também um reflexo da crescente divisão política e social nos Estados Unidos. Com tantos olhos voltados para esta performance, a resposta do governo e as ações subsequentes provavelmente serão amplamente discutidas nas mídias sociais e na esfera pública.
Em 2020, Bad Bunny fez sua estreia no Super Bowl, e agora, com sua nova apresentação, o artista se propõe a fazer história novamente — desta vez com um show totalmente em espanhol, algo nunca visto antes durante a transmissão do evento. Embora seu talento seja indiscutível, a interseção entre a política e a música promete deixar marcas duradouras nesta edição do Super Bowl.