Brasil, 2 de outubro de 2025
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Prefeito de Ararendá é criticado por declarações sobre religiões africanas

Prefeito Aristeu Eduardo causa polêmica ao atacar religiões de matriz africana em discurso, gerando indignação na comunidade.

O prefeito de Ararendá, Aristeu Eduardo (PT), está no centro de uma polêmica após realizar declarações controversas sobre religiões de matriz africana durante a inauguração de uma praça no município, ocorrida na última terça-feira (30). A fala provocou uma onda de críticas e revolta na população, especialmente entre grupos que defendem a diversidade religiosa e o respeito às tradições afro-brasileiras.

Discurso polêmico e reações

Durante seu discurso, o prefeito Aristeu disparou: “Esse povo se passa de ‘bem’ de manhã, na frente da sociedade e, à noite, vai bater tambor nos terreiros de macumba.” Essa declaração foi uma resposta a críticas que ele havia recebido de uma oposicionista, que o acusou de não seguir valores religiosos. A resposta do prefeito não apenas ofendeu praticantes de religiões de matriz africana, mas também levantou questões sobre intolerância religiosa em um país conhecido por sua diversidade cultural e religiosa.

“Se ofenda quem quiser se ofender, mas nós somos seguidores de Cristo. É nele que eu acredito, e é nele que eu sigo até o final da minha vida”, continuou o prefeito, reforçando sua posição como um defensor do cristianismo. Entretanto, suas palavras foram interpretadas por muitos como um ataque direto a outras crenças e como uma promoção da intolerância.

Intolerância religiosa e suas implicações legais

No Brasil, a intolerância religiosa é considerada um crime, conforme o artigo 208 do Código Penal. Essa legislação prevê penas que vão de um mês a um ano de detenção ou multa para aqueles que, por motivos de crença ou função religiosa, perturbem rituais ou desprezem publicamente práticas religiosas alheias. A relevância deste artigo é significativa, principalmente em uma nação que abriga uma rica tapeçaria religiosa, incluindo desde o cristianismo até práticas afro-brasileiras e indígenas.

A Polícia Civil do Ceará já se manifestou, orientando as vítimas de intolerância religiosa a registrarem boletins de ocorrência. A orientação é clara: a denúncia deve ser feita nas delegacias, além da possibilidade de um registro online através da Delegacia Eletrônica (Deletron), que atende a todo o estado.

Repercussão nas redes sociais e na mídia

A fala do prefeito causou indignação não só entre membros de religiões de matriz africana, mas também em diversos segmentos da sociedade civil. Nas redes sociais, muitos manifestaram seu repúdio às declarações de Aristeu, chamando a atenção para a importância do respeito e da convivência pacífica entre as diferentes religiões presentes no Brasil.

A hashtag “#RespeitoReligioso” rapidamente se tornou um trending topic, com usuários exigindo que gestores públicos promovam a inclusão e o respeito às diversas expressões religiosas. A repercussão nas mídias tradicionais também foi intensa, com cobertura extensiva da situação, destacando a necessidade de discussões sobre tolerância religiosa nos meios políticos e sociais.

O silêncio da administração municipal e próximos passos

Até o momento, tentativas de contato com a prefeitura para uma declaração oficial não foram frutíferas. O portal G1 tentou, sem sucesso, falar diretamente com o prefeito Aristeu Eduardo tanto por telefone quanto pelas redes sociais. O silêncio da administração municipal nesse momento pode gerar mais descontentamento entre os cidadãos, que esperam uma resposta clara da liderança local.

O caso de Ararendá não é um incidente isolado no Brasil. Infelizmente, discursos de ódio e intolerância religiosa têm se tornado mais comuns. É essencial que as autoridades e a sociedade civil se unam para combater essa prática e promover um ambiente de respeito e compreensão mútua.

Considerações finais

A fala do prefeito Aristeu Eduardo nos mostra a urgência de abordagens que promovam o diálogo inter-religioso e a empatia. Em uma sociedade plural, a aceitação e o respeito pelas diferentes crenças são fundamentais para garantir a paz social e a convivência harmoniosa. Como cidadãos, temos o dever de cobrar posturas que defendam não apenas a nossa fé, mas a dignidade e os direitos de todos.

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