No dia 1º de agosto de 2023, a policial militar Najara Gomes sofreu um ataque enquanto fazia patrulhamento em Santos, litoral de São Paulo. O homem acusado de atirar contra ela, Ronaldi Lins dos Santos, foi condenado a 25 anos de prisão após um julgamento que ocorreu na cidade. Este caso ressalta a crescente violência contra os agentes de segurança pública no Brasil e levanta questões sobre a eficácia das operações policiais na região.
Condenação e detalhes do julgamento
O tribunal do júri responsável pela condenação de Ronaldi se reuniu na quarta-feira, 1º de agosto, sua pena foi determinada pelo juiz Alexandre Betini. Durante o julgamento, foram ouvidas as vítimas, testemunhas e o próprio acusado. Os jurados acolheram a tese de dupla tentativa de homicídio qualificado, considerando o uso de arma de fogo de uso restrito e a motivação torpe que caracterizou o ato.
Ronaldi, de 24 anos, foi preso em 17 de outubro de 2023, em uma operação da Polícia Militar na comunidade do Morro do São Bento. Ele estava armado com uma pistola quando foi detido. A advogada de defesa, Erika Damasceno, anunciou que irá recorrer da decisão, o que pode prolongar o processo judicial.
O ataque
O ataque aconteceu na manhã do dia 1º de agosto, enquanto Najara e seu parceiro, também policial, estavam em frente a uma padaria no bairro Campo Grande. Armados com fuzis e pistolas, os criminosos chegaram em um carro e dispararam em direção aos policiais. A cabo Najara foi atingida nas costas, sendo imediatamente socorrida e levada à Santa Casa de Santos. Seu companheiro, percebendo o iminente retorno dos criminosos para um ataque fatal, revidou, resultando em uma troca de tiros.
Após o ataque, os assaltantes fugiram, mas voltaram a agir em outra área próxima, onde baleiam outro policial. O desfecho resultou na morte de um dos criminosos e na prisão de membros do grupo armado, que estavam envolvidos em uma série de crimes na região.
Outros envolvidos no crime
Além de Ronaldi, outro criminoso, conhecido como Rogério do Nascimento Nunes, foi identificado também como participante do ataque. Rogério é ainda acusado de ser o mandante da morte do chefe do setor de identificação da Polícia Civil, em um episódio ocorrido em agosto de 2022. O advogado dele, Fábio Menezes Ziliotti, defendeu que não há provas concretas ligando Rogério ao caso e apontou a insistência do Ministério Público como uma tentativa infundada de responsabilizá-lo.
A Operação Escudo
A ação policial que culminou no ataque a Najara faz parte da Operação Escudo, iniciada após a morte de um policial militar durante patrulhamento na cidade de Guarujá. Desde o início da operação, cerca de 958 pessoas foram presas e 28 suspeitos morreram em confrontos com a polícia. A operação, que teve seu início no dia 28 de julho, gerou controvérsias e protestos por parte de grupos de direitos humanos, que clamaram pelo fim das operações violentas que resultam em tantas fatalidades.
A questão da segurança pública e a violência contra policiais têm gerado preocupações em toda a sociedade brasileira, destacando a necessidade de um debate mais amplo sobre como lidar com a criminalidade, garantindo a proteção tanto dos cidadãos quanto dos agentes de segurança.
Com o novo desdobramento no caso de Najara Gomes e a pena aplicada a Ronaldi, a discussão sobre a segurança nas ruas do Brasil continua atual e necessária.