No último dia 29 de setembro, o governo do Piauí decretou situação de emergência em Rio Grande do Piauí devido à seca, e agora o Ministério Público do estado está tentando suspender os shows programados para os próximos dias com os cantores Leo Santana e Kiko Chicabana. As apresentações estão marcadas para sexta-feira (3) e sábado (4) e têm gerado controvérsias por conta dos altos custos envolvidos e da situação crítica enfrentada pela população local.
Investigações sobre a contratação dos artistas
O promotor de Justiça da cidade, Cleyton Soares da Costa e Silva, ressaltou que a contratação dos artistas custou R$ 910 mil, e que este valor foi acertado sem processo de licitação, levantando suspeitas sobre a legalidade da contratação. O MP destacou que essa quantia é significativamente superior ao orçamento destinado à área da cultura na Lei Orçamentária Anual de 2025 para Rio Grande do Piauí, uma cidade com apenas 5.485 habitantes segundo dados do Censo de 2022 do IBGE.
“O dispêndio desproporcional de dinheiro público para arcar com a realização de shows poderá comprometer o orçamento local, especialmente em áreas prioritárias como saúde e educação”, declarou o promotor. A insatisfação com os gastos excessivos ocorre no contexto de necessidade de recursos para atender às demandas urgentes de serviços públicos, especialmente em tempos de crise hídrica.
Consequências em caso de descumprimento
O pedido do Ministério Público não se restringe apenas à suspensão dos shows. O órgão também solicita que a Justiça proíba a prefeitura de realizar pagamentos às empresas responsáveis pelas atrações e de contratar outros artistas substitutos durante esse período de emergência. Caso as determinações não sejam atendidas, o prefeito Antônio Luís Feitosa (PSD) poderá enfrentar uma penalidade financeira, com multas diárias de R$ 100 mil.
O que acontece em outras cidades
A situação de Rio Grande do Piauí não é única, pois outras cidades do estado também têm enfrentado problemas semelhantes. Recentemente, a Justiça do Piauí já suspendeu shows de artistas renomados como o DJ Alok em Cocal, levando à reflexão sobre a responsabilidade da gestão pública em momentos críticos. Essas ações demonstram um esforço por parte do Ministério Público em garantir que os recursos públicos sejam utilizados de maneira responsável e voltados para as necessidades reais da população.
Repercussão nas redes sociais e na comunidade
A decisão do MP já repercutiu nas redes sociais, com opiniões divergentes entre os moradores de Rio Grande do Piauí. Enquanto alguns defendem a suspensão dos shows devido à situação emergencial, outros argumentam que eventos culturais são importantes para a melhoria da qualidade de vida e geração de receitas para a cidade. O debate acirrado entre os cidadãos demonstra a polarização em torno de temas relacionados à cultura e à assistência social. Para muitos, os eventos podem ser uma válvula de escape em tempos difíceis, enquanto para outros, é um desperdício de recursos.
À medida que a situação se desenrola, o g1 busca comentários da Prefeitura de Rio Grande do Piauí e das assessorias dos cantores, na tentativa de esclarecer as posições de todos os envolvidos nessa polêmica. A expectativa é que uma decisão judicial seja tomada em breve, trazendo um desfecho para essa controvérsia que envolve cultura, finanças públicas e a pressing questão da seca no Piauí.
As últimas informações e atualizações sobre este caso poderão ser acompanhadas pela população através do canal do g1 Piauí no WhatsApp e outras plataformas de notícias.
