Desde a saída de Alex Ferguson, em 2013, o Manchester United atravessa uma turbulência permanente em sua administração técnica, refletindo diretamente em suas finanças. De acordo com uma reportagem do jornal inglês The Sun, o clube acumulou gastos de 67,4 milhões de libras, o que corresponde a cerca de R$ 484 milhões, em multas rescisórias de seus treinadores demitidos ao longo dessa década.
Os custos das demissões
O maior gasto do Manchester United foi com o técnico José Mourinho, que teve sua passagem entre 2016 e 2018 marcada por algumas vitórias significativas, incluindo a conquista da Liga Europa e da Copa da Liga Inglesa. Entretanto, a relação do treinador com o elenco se deteriorou e culminou em sua demissão em dezembro de 2018. O custo total da rescisão, somado ao pagamento de seus auxiliares, chegou a impressionantes R$ 140 milhões, um valor recorde na história do clube.
Histórico de demissões do clube
A tabela abaixo detalha os principais treinadores do Manchester United desde a aposentadoria de Ferguson e os respectivos custos das rescisões:
Técnico | Período | Valor da Multa |
David Moyes | 2013-2014 | R$ 37,3 milhões |
Louis van Gaal | 2014-2016 | R$ 60,3 milhões |
José Mourinho | 2016-2018 | R$ 140 milhões |
Ole Gunnar Solskjær | 2018-2021 | R$ 65,3 milhões |
Ralf Rangnick | 2021-2022 | R$ 105,6 milhões |
Erik ten Hag | 2022-2024 | R$ 74,7 milhões |
Pressão sobre Rúben Amorim
Atualmente, o comando técnico do Manchester United está sob a responsabilidade do português Rúben Amorim, que foi contratado em novembro de 2024. Apesar de sua passagem ainda ser considerada inicial, os resultados têm sido bastante decepcionantes, com apenas nove vitórias em 33 partidas na Premier League. Esse desempenho gera uma pressão significativa sobre o treinador, embora a diretoria ainda mantenha seu respaldo. Caso o clube decida demiti-lo, o custo da rescisão será de aproximadamente R$ 86 milhões, devido ao contrato do técnico que se estende até junho de 2027.
A crise de identidade do Manchester United
A instabilidade no Manchester United não se limita apenas à troca de treinadores, mas reflete uma crise de identidade que afeta tanto o desempenho em campo quanto a relação com os torcedores. O clube, historicamente reconhecido por sua capacidade de vencer títulos e formar grandes equipes, tem enfrentado dificuldades em se reerguer desde a aposentadoria de Ferguson. A necessidade de investir em infraestrutura, na formação de jogadores e em estratégias de longo prazo se faz urgente para resgatar o prestígio do clube na elite do futebol europeu.
O caminho a seguir
Com a nova direção em campo e um orçamento que, a cada demissão, sofre mais pressão, a esperança dos torcedores é de que o Manchester United invista sua energia em um projeto sustentável a longo prazo, que promova estabilidade, resultados positivos e, consequentemente, a recuperação de sua imagem. O caminho é incerto e cheio de desafios, mas os fanáticos do clube continuam aguardando ansiosos por uma recuperação que retorne o Manchester United à senda dos títulos.
Ainda assim, o futebol é um universo de surpresas e reviravoltas. Rúben Amorim e sua equipe têm a tarefa monumental de transformar a maré de negatividade em um novo horizonte de conquistas, garantindo que a rica história do Manchester United continue a ser escrita nas páginas do futebol mundial.