Em uma cerimônia de entrega de obras em Belém, no Pará, nesta quinta-feira, 2 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que enviou convites a importantes líderes mundiais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente da China, Xi Jinping, e o presidente da Argentina, Javier Milei, para participarem da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30. Lula expressou otimismo ao afirmar que o Brasil será um exemplo global na defesa do clima durante o evento, que será realizado no próximo mês.
A importância da presença de chefes de Estado na COP30
Lula enfatizou a relevância da presença de Trump e Xi Jinping na COP30, já que os dois são os líderes das economias que mais poluem o planeta e os maiores emissores de CO₂. A participação deles é vista como crucial para o sucesso político e ambiental do evento. O governo brasileiro tem trabalhado ativamente para garantir que Belém esteja preparado para receber delegações internacionais, incentivando o setor hoteleiro local a hospedar visitantes e evitar cancelamentos.
“Nós vamos ser orgulhosos para o mundo após essa COP. Vão ter certeza que o Brasil é soberano nas suas decisões”, afirmou Lula. Ele também mencionou o esforço para garantir que nenhum visitante fique em condições inferiores às do próprio povo brasileiro. O presidente falou sobre as iniciativas para disponibilizar hospedagens extras, incluindo navios que podem acomodar até 4 mil pessoas, abordando a necessidade de um acolhimento adequado durante a conferência.
A COP30 e a comparação com eventos anteriores
Durante seu discurso, Lula fez uma analogia entre a COP30 e a Copa do Mundo de 2014, bem como as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, mencionando os preconceitos enfrentados ao tentar sediar eventos internacionais. Ele criticou a cobertura negativa que o Brasil recebeu, inclusive acusações de corrupção relacionadas à Copa do Mundo, que foram posteriormente desmentidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
“Tomamos uma decisão e o governo federal deixou à disposição dos estados R$ 400 milhões pelo BNDES… Mas o critério foi equivocado, porque não precisava ser 14, mas 12 ou 10 [estádios]”, comentou Lula, referindo-se ao legado da Copa do Mundo e ao preconceito que o Brasil sofreu quando tentou permanecer em destaque no cenário internacional. A firme defesa do presidente implica acreditar que o país merece ser reconhecido pelo seu papel como anfitrião e por suas conquistas em democratização e inclusão.
Desafios e críticas
Outra reflexão de Lula envolveu a recepção que a então presidente Dilma Rousseff recebeu durante a Copa do Mundo, lembrando que foi um momento de intensa hostilidade popular. “Entretanto, foi a Copa do Mundo mais nervosa, e o comportamento da torcida vaiando Dilma foi a maior falta de respeito com uma presidente da República”, lamentou, ressaltando a mágoa com o tratamento que a ex-presidente recebeu naquele período.
Sobre as Olimpíadas do Rio, o presidente destacou o empenho do Brasil para garantir o evento e o esforço necessário para competir com outros países. Ele mencionou as mudanças positivas que ocorreram no país como resultado de tais eventos, mas também reconheceu as desilusões pessoais enfrentadas ao não ser convidado para a inauguração das Olimpíadas, uma experiência que ele aguardava ansiosamente.
Expectativas para a COP30
Com a aproximação da COP30, Lula reafirma seu compromisso em promover uma agenda ambiental que priorize não apenas o planejamento estratégico, mas também a inclusão e acolhimento das diferentes culturas que os delegados trarão ao Brasil. O presidente deseja que o evento seja lembrado como um marco não apenas nas políticas climáticas, mas na construção de um Brasil respeitado e admirado no cenário internacional.
À medida que a data da conferência se aproxima, todos os olhares estarão voltados para Belém, onde espera-se que líderes de todo o mundo se reúnam para discutir e planejar soluções para os desafios climáticos globais. O esforço de Lula em garantir que o evento seja bem-sucedido reflete não apenas um desejo de recuperação da imagem do Brasil, mas também um comprometimento genuíno com a proteção do nosso planeta.
A COP30, portanto, não se trata apenas de uma conferência; é uma oportunidade para o Brasil reafirmar sua posição como líder em questões ambientais e de liderança no cenário mundial.