A previsão de ocorrência do fenômeno La Niña entre outubro de 2024 e início de 2025 aumenta o alerta para a crise hídrica no Brasil. Com queda acentuada nos níveis de reservatórios, regiões do Sul, Sudeste e Centro-Oeste enfrentam dificuldades no abastecimento de água, afetando também a produção de energia elétrica e setores agrícolas.
Reservatórios em situação crítica devido à escassez de chuvas
Dados da Agência Nacional de Águas (ANA) indicam que o Sistema Cantareira, em São Paulo, opera com apenas 52,8% de sua capacidade. Outros rios importantes, como o Piracicaba, apresentam volumes críticos. No Centro-Oeste, estados como Goiás e o Distrito Federal já adotam medidas de redução na distribuição de água, diante do agravamento da estiagem.
Segundo Felipe Ravieri, especialista em recursos hídricos, “o efeito combinado de estiagem prolongada e La Niña aumenta a pressão sobre reservatórios urbanos e agrícolas, exigindo monitoramento constante da capacidade hídrica”.
Impactos na geração de energia elétrica e custos
Com rios com menor volume de água, as hidrelétricas operam abaixo da sua capacidade máxima, obrigando o acionamento de termelétricas, que elevam o custo de geração de energia. “Quando reservatórios operam no limite, é preciso equilibrar o fornecimento de água e energia, o que pode refletir na tarifa doméstica e industrial”, explica Ravieri.
Para mitigar esses efeitos, estratégias de economia no consumo de água, além de ações como perfuração de poços e construção de adutoras, tornam-se essenciais, sobretudo em regiões mais afetadas pela escassez.
Sectores agrícola e pecuário também sofrem com a seca
A redução do abastecimento hídrico compromete a irrigação de lavouras e a manutenção de pastagens, influenciando diretamente a produção de alimentos e insumos. “Medidas como perfuração de poços, construção de adutoras e campanhas de conscientização sobre o uso racional da água são fundamentais”, reforça Ravieri.
Considerações sobre mudanças climáticas e perspectivas futuras
Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indicam que a temperatura média do Brasil em 2024 superou 1,2°C acima da era pré-industrial, agravando a volatilidade climática e dificultando a gestão dos recursos hídricos. As mudanças climáticas elevam a necessidade de investimentos em infraestrutura, incluindo poços artesianos, modernização de reservatórios e obras de transposição.
Embora governos federal e estaduais tenham adotado medidas emergenciais, como retomada de obras e perfuração de poços, a continuidade da escassez hídrica nos próximos meses é prevista, mantendo a pressão sobre o abastecimento e o custo de energia no país.
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