Brasil, 2 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Futebol brasileiro e suas polêmicas: partidas no mesmo dia

A agitação dos campeonatos brasileiros faz com que times joguem em menos de 24 horas, amplificando os riscos de lesão aos atletas.

O calendário do futebol brasileiro é um tema que constantemente gera críticas entre clubes, jogadores e torcedores. Com partidas que ocorrem no meio e no final da semana, fica a preocupação com o desgaste físico dos atletas e a propensão a lesões musculares. Para complicar ainda mais, muitos campeonatos não pausam durante torneios de seleções, levando a situações inusitadas em que times entram em campo mais de uma vez no mesmo dia.

O problema das competições sobrepostas

De acordo com o regulamento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), nenhuma equipe deve atuar em um intervalo menor que 66 horas entre uma partida e outra. Contudo, essa regra é muitas vezes ignorada, resultando em situações extremas. Um caso emblemático ocorreu em 2016, quando o Bahia fez dois jogos em um intervalo de menos de uma hora. O primeiro jogo foi às 19h30, onde o Bahia venceu o Galícia por 4 a 0, e logo após, às 21h45, a equipe enfrentou o Juazeirense em Petrolina, utilizando apenas jogadores do sub-20 e vencendo novamente, desta vez por 2 a 1.

Independiente del Valle e a final da Libertadores

Outro caso notório aconteceu em 2016 com o Independiente del Valle, que viveu um momento histórico. No mesmo dia, jogou pela final da Copa Libertadores às 19h45, empatando com o Atlético Nacional, e, seis horas antes, entrou em campo com uma equipe reserva contra o El Nacional, encerrando a partida com uma derrota de 5 a 2. Curiosamente, o técnico Pablo Repetto esteve presente nos dois jogos, que ocorreram na mesma cidade.

Ceará e a loucura das 20h30

Em 2003, o Ceará também se aventurou em um dia de jogos múltiplos. O time titular foi até a Bahia enfrentar o Fluminense de Feira de Santana, enquanto a equipe reserva permaneceu em Fortaleza para jogar contra o Boa Viagem, ambas às 20h30. A ironia do destino foi que o Ceará perdeu os dois jogos pelo mesmo placar: 2 a 0.

Chapecoense: um tributo e as dificuldades do calendário

A Chapecoense fez história em 2018 ao jogar em duas partidas no mesmo dia, provavelmente estabelecendo um recorde de distância. O time alternativo enfrentou o Torino na Itália em uma partida amistosa em homenagem às tragédias aéreas que ambos os clubes vivenciaram. Horas depois, a equipe titular se apresentou em São Paulo, onde enfrentou o Corinthians pelo Campeonato Brasileiro, perdendo por 1 a 0.

A confusão do calendário de 1994

O ano de 1994 permanece na memória coletiva dos fãs de futebol como um dos piores em termos de estruturação das competições. Com o surgimento da Copa Bandeirante, times como o São Paulo foram forçados a dividir suas atenções entre várias competições. No mesmo dia, o clube disputou duas partidas: uma às 21h00, uma partida de baixo interesse público, e outra às 22h30 pela Libertadores. Sabe-se que apenas 24 torcedores compareceram ao primeiro jogo, uma das piores assistências da história do Morumbi.

Campeonatos intermináveis e calendário cheio

No mesmo ano, o Campeonato Gaúcho tornou-se uma maratona, com partidas ocorrendo praticamente a cada dois dias. O Grêmio, envolvido no Gauchão e em torneios nacionais, enfrentou o desafio de jogar três partidas em um único dia em 11 de dezembro, com um elenco alternativo e uma logística caótica nos vestiários, onde uns jogadores se trocavam enquanto outros se preparavam para o próximo jogo.

Continuando os desafios do calendário moderno

Infelizmente, a realidade do futebol brasileiro continua a ser marcada por situações de partidas duplas. Em 16 de agosto de 2025, o Guarani, a Internacional de Limeira e o Botafogo de Ribeirão Preto foram forçados a jogar em dois torneios diferentes no mesmo dia. O Guarani, por exemplo, empatou com o Rio Branco e, em seguida, venceu o ABC no Brasileirão Série C. Essa bagunça no calendário não é nova, mas parece ser uma triste constante na rotina de nossos clubes, refletindo desafios que precisam ser urgentemente abordados.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes